Hafen City em Hamburgo: passado e futuro se encontram à beira do rio Elba
Toda grande cidade portuária que preze tem grandes projetos para revitalizar áreas junto ao porto. O exemplo mais bem-sucedido é o de Barcelona. O Rio de Janeiro está começando a ir na mesma direção.
Em Hamburgo o porto sempre foi um dos pontos focais mais importantes da cidade (o tour mais concorrido do pedaço é o passeio de barco que dá a volta completa no porto!), mas as áreas adjacentes precisavam ser revitalizadas. Em 2003 toda a área do Porto Livre de Hamburgo, que estava fora da jurisdição da União Européia, foi reincorporada à cidade. Foi quando Hamburgo resolveu fazer brotar ali uma nova cidade, com uso misto de moradia, trabalho e lazer, com capacidade para 40.000 habitantes.
Os projetos começaram a sair do papel e tomar forma em 2008, e hoje a cidade já tem o esboço do seu futuro skyline. Muitas empresas (da Unilevar ao… Greenpeace!) já transferiram suas sedes para lá; um descoladíssimo hotel 25 Hours funciona como um dos focos de animação.
Mas o prédio que vai mudar a história desta área para sempre é a nova sede da Elbphilarmonie, com inauguração prevista para 2017. Com o orçamento mais extrapolado do que qualquer estádio da Copa 2014, e construção duas vezes mais vagarosa que o previsto, a Elbphilarmonie é daquelas obras ~controversas~, que enfurecem o contribuinte. Mas quando estiver inaugurada, com três salas de espetáculo funcionando, dois hotéis, restaurantes, lojas e uma praça pública no vão entre a base (que era um galpão) e o prédio de vidro, a Elphilarmonie vai provocar o Efeito Bilbao: todo mundo vai querer colocar Hamburgo no seu caminho só para ver e entrar no novo monumento.
Atrás da Hafen City, em total contraste com os prédios modernos, fica a Speicherstadt, ou Cidade dos Armazéns. Um bairro inteiro de galpões centenários desativados foi revitalizado (e deve ganhar o status de patrimônio da humanidade da Unesco esse ano). Este é o pedaço da cidade que mostra como Hamburgo foi no passado — impossível não ver o parentesco com Amsterdã e seus canais. A Speicherstad também guarda duas das maiores atrações de Hamburgo: o Museu Marítimo e a Miniatur Wonderland, um “minimundo” que mostra a mais fofa linha de trem do planeta em miniatura.
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Quando você visitar a HafenCity, na saída dê uma passadinha em outra área histórica preservada desta zona de Hamburgo: o Kontorviertel. Ali ficam os primeiros arranha-céus da Alemanha, com fachada de tijolinhos escuros. O exemplar mais bonito é a Chile Haus, construída por um comerciante que enriqueceu fazendo comércio com o Chile. É o “Martinelli” hamburguês — e pode ser que vire patrimônio da Unesco esse ano também.
Viagem a convite do Turismo da Alemanha
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7 comentários
Estive em Hamburgo em 2012 e gostei muito da cidade. Fiquei no Motel One da Steindamm. Não é exatamente uma área turística, mas gosto muito desta rede hoteleira, o preço era bem em conta e o hotel ficava ao lado de uma estação de metrô. Quanto a cidade, ela não é turística no sentido de encher os olhos à primeira vista, mas apresenta um conjunto de atrações bacanas e bem consistentes. Além dos pontos citados pelo post, da Reeperbahn, é possível entre outras coisas fazer turismo industrial, isto é, visitar uma unidade da Airbus por exemplo. Para quem gosta de fotografia, recomendo uma visita a Haus der Photographie no Deichtorhalle, um dos maiores centros de fotografia da Europa. Ou seja, tem atrações para todos os gostos.
Fui a Hamburgo em 2006, quando começavam as obras de revitalização da região dos armazéns do porto. Ver o resultado daqueles tapumes e maquetes me dá muita vontade de voltar à cidade alemã dos Beatles!
Como em 2015 (setembro/outubro) vamos em dois casais , durante tres semanas fazer a holanda, alemanha e suiça de carro e o outro casal fala alemão; gostaria de todas as dicas , principalmente aquelas fora do circuito turistico comum ( restaurantes, vilas passeios , etc) . Amamos voces, viajantes incansáveis. marco e graça
Olá, Marco Antonio! Clique no menu Europa e viaje com as nossas dicas!
Como moradora do país – e pagadora de muito imposto, como todo mundo aqui!!! – acho que me é permitido dar aqui minhas apimentadinhas, mostrar um pouquinho do outro lado da moeda.
Hoje em dia ninguém se pergunta quanto dindim, suor, vidas e lágrimas as piramides egípcias custaram. Mais ou menos assim é, para nós contribuidores de impostos alemaes, a Elbphilarmonie. “Obra controversa” é muita gentileza do Ricardo, ali só nao saiu tapas e mortes porque o povo daqui se diz civilizado. O resto saiu de tudo. E a história se repete – o Ricardo, com certeza, vai contar sobre isso quando estiver lá – com o novo Aeroporto de Berlin.
Sao obras idealizadas por megalomanos e pagas por nós. E, como nas piramides egípcias, quem arcou com as despesas dificilmente pode usufruir. Imagina se eu tenho dinheiro para pernoitar em um dos hotéis da Elbphilarmonie? Bater fotos do prédio e tomar um expresso por uns seis até oito Euros. Talvez. rsrsrs
Mas essa é a nossa colaboracao para as geracoes futuras que, desde agora, já tem seu futuro – e de seus filhos – comprometidos financeiramente pois megalomanos sempre existirao, o Brasil acaba de dar provas disso.
Hamburgo é uma das cidades de que mais gosto na Alemanha. Dentre todas as suas atrações, a minha favorita foi mesmo o Miniatur Wunderland, onde passei várias horas. O aeroporto em miniatura que montaram lá é o máximo e fiquei muitos minutos apreciando a decolagem e aterrissagem dos miniaviões. Apreciei tanto o Wunderland que dediquei um post do Álbum de Viagens a ele:
https://albumdeviagens.blogspot.com.br/2014/06/madurodam-miniatur-wunderland-cidades-miniatura.html
Hamburgo é uma cidade deliciosa! Estive lá em junho de 2013 (um friiiio danado) e fiquei completamente apaixonada. Ficamos apenas 2 dias e quero muito voltar!
O lugar que mais gostei foi justamente a Hafencity com estes antigos galpões transformados em escritórios descoladérrimos! Os canais em volta dão o tom!