Rampa do Guiné

Guia da Chapada Diamantina

Chapada Diamantina

Chapada Diamantina: um miniguia completão

Qual é a sua Chapada? Diamantina x Veadeiros x Guimarães x Mesas x Jalapão

Chapada Diamantina num feriado: as dicas da Carla Z.

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Para finalizar: gostamos muito do nosso passeio, mas voltamos cansados! Fisicamente cansados, porque além de caminhadas e remadas, a Chapada Diamantina também exige bastante deslocamento de carro. Então, quem quiser umas férias relaxantes tem que ter cuidado extra na hora de montar a programação. Como disse o Ricardo no já citado “Miniguia Completão”, se a Chapada for seu número, você vai voltar outras vezes, de modo que eu recomendo ser modesto nas pretensões e fazer as coisas com calma.

Passeios (seguindo): (viii) a partir de Lençóis visitamos o Pantanal de Marimbus, com embarque na Comunidade Quilombola do Remanso; são uns 7km de remada (por trecho – 14km no total) até a cachoeira do Roncador, onde dá para tomar banho; no caminho podem ser observados muitos pássaros, a vegetação do local e também algum bugio preguiçando nas árvores; a canoa chega mais ou menos perto da cachoeira do Roncador a depender do nível do rio; no nosso caso, tivemos que caminhar por 1,5km mais ou menos do ponto onde a canoa ficou parada e a cachoeira (mas conseguimos ver uma família de macacos-prego no caminho!); eu gostei bastante desse passeio, a paisagem é muito bonita, com as montanhas da Serra do Sincorá ao fundo. Nosso barqueiro foi o Carlos, irmão do Amauri/Tatu (75 99863 7348). Esse passeio também pode ser feito a partir da Fazenda Marimbus, que fica na estrada que vai para Andaraí. Para fazer bate-volta de Lençóis, como fizemos, a Fazenda Marimbus fica muito longe; é melhor fazer a partir do Remanso. Mas dá para encaixar o passeio na Fazenda Marimbus no dia de deslocamento entre Lençóis e Andaraí/Igatu/Mucugê, para quem optar por ter mais de uma base na Chapada; (ix) em Igatu visitamos as ruínas, que são a principal atração da cidade – um conjunto de ruínas de casas de pedras que foram usadas pelos garimpeiros no auge do ciclo do diamante, quando Igatu chegou a ter 9 mil habitantes, cinema e luz elétrica, segundo consta; logo antes de chegar às ruínas tem uma galeria de arte e memória de um artista plástico de Salvador (Zacariades) que é bem interessante; (x) no plano inicial, a partir de Igatu visitaríamos a Cachoeira do Buracão, que fica em Ibicoara, mas o plano foi modificado ainda antes de chegar a Igatu, porque ficamos deveras impactados com a estrada de acesso…rs (e Ibicoara não é exatamente perto de Igatu); (xi) sai Buracão, entra a Rampa do Caim, que é uma caminhada de 14km ida e volta que se faz a partir de Igatu mesmo até um mirante em que se tem uma vista linda do início do Vale do Pati e do rio Paraguaçu. É realmente muito bonito! A caminhada não é pesada, mas é toda em descampado. Não tivemos problemas com sol porque, já sabem, choveu…rs, mas se o tempo estiver ensolarado tem que sair cedo (nossa sorte é que depois de matar uns 40 min no topo do morro a neblina finalmente cedeu um pouco e pudemos ter uma imagem dos vales lá embaixo). Quem nos guiou nessa caminhada foi a Vanessa, da Xique-Xique Abrigo de Montanha e Escola de Escalada (71 98838 4233). A pousada/agência de trekking que ela e o marido têm também fica na Rua 7 de Setembro, em Igatu; e (xii) como ninguém é de ferro, nosso último programa por lá foi visitar a Vinícola Uvva, em Mucugê!! Antes demos uma passada no Museu Vivo do Garimpo, que fica na estrada, um pouco antes de chegar na cidade, e também demos uma espiada em Mucugê (que eu achei uma cidade mais bonitinha do que Lencóis e também tem uma boa oferta de hospedagem – nota mental para a próxima: ficar em Mucugê em vez de Igatu…rs). Mas, voltando à Uvva: é uma vinícola muito moderna e muito bonita. A arquitetura é linda e o cenário, maravilhoso, com a Serra do Sincorá ao fundo. E, meio que no estilo da Colomé, em Salta, a Uvva também tem uma exposição de arte (do Zacariades, o mesmo artista plástico que tem a galeria em Igatu). O restaurante da vinícola é muito bom e eles oferecem um sistema de consumo de vinho em taça, para poder provar todas as criações da casa. O tour que fizemos foi muito bom, guiado por uma enóloga formada em Petrolina. É um programa bem mais caro do que todos os outros, claro, mas, para quem curte, é super recomendado.

Passeios: (i) no Vale do Capão, nosso compromisso era fazer a trilha da Cachoeira da Fumaça. E fizemos. E tinha água! Pouca, mas tinha. A trilha tem 12km ida e volta, sendo que os dois primeiros são morro acima (cansa um tantinho) e os dois últimos, então, morro abaixo (custa um pouco para os joelhos). Não é obrigatória a contratação de guia, mas eu acho recomendável, já que existem alguns trechos da trilha que podem gerar alguma dúvida. Além disso, muita gente no Capão vive de turismo e contratar um guia é uma forma de ajudar a sustentar o lugar. Nós contratamos o Victor e gostamos muito (75 99146 5616), mas também da para contratar alguém diretamente na sede da Associação dos Condutores do Vale do Capão, que fica bem no começo da trilha; (ii) na ida do Capão para Lençóis, passamos da Gruta da Lapa Doce e fizemos o tour pela gruta mesmo (tem outro tour de pinturas rupestres) – muito bom; vai um guia junto que é designado pela própria recepção do lugar quando vc compra o ingresso – nossa guia foi D. Lurdes e foi ótimo; (iii) a ideia era aproveitar a visita à Lapa Doce para também visitar a Pratinha, mas desistimos porque estava chovendo (e D. Lurdes disse que a depender do quanto chove a gruta da Pratinha fecha, porque o nível do rio sobe muito – mas a Pratinha em si virou uma espécie de balneário, com várias outras coisas para fazer além de visitar a gruta); (iv) na estrada entre o Capão e Lençóis também está o Morro do Pai Inácio, mas não subimos na passada por causa do tempo e voltamos na manhã seguinte, com tempo mais aberto – você vai de carro até quase o topo do morro e de lá tem uma caminhada de 600m que é uma subida, com várias pedras, mas não é difícil para quem não tem algum problema de mobilidade; vale a pena, por óbvio! a vista lá de cima é linda! (v) a partir de Lençóis, queríamos ter ido até a cachoeira do mosquito mas ela foi riscada do plano por causa do tempo; (vi) em vez disso, fomos visitar o sítio de pinturas rupestres da Serra das Paridas; Mosquito e Serra das Paridas ficam para o mesmo lado, na mesma estrada e devem render um bom passeio combinado; a Serra das Paridas não é a Serra da Capivara mas ainda assim é um passeio bem interessante e que agrega algo diferente ao leque já variado de coisas para fazer na Chapada; (vii) o Museu do Sincorá fica no centrinho de Lençóis e é um pequeno e recém-inaugurado museu de geologia, bem interessante. (segue)

Alimentação: (i) no Vale do Capão acabamos jantando as duas noites da Pousada do Capão mesmo e experimentamos lá o famoso godó de banana, que é típico do Capão e é bem diferente de tudo que já tínhamos comido (diferente bom, bem entendido); (ii) em Lençóis jantamos no Cozinha Aberta, que tem uma cozinha mais autoral/inventiva, com pratos muito gostosos, bem elaborados e bem servidos – fica numa rua na beira do rio, em frente ao Museu do Sincorá; também jantamos no Quilombola, que tem uma comida mais simples, mas muito gostosa, com uma choperia anexa que serve boas cervejas artesanais – fica na rua das Pedras, uma das ruas da muvuca de Lençóis; e na última noite jantamos no Sabor da Serra (para mim, o melhor dos três), que serve comida tradicional com um “twist” e ótimos drinks (na esquina rua das Pedras com a rua da Baderna); (iii) em Igatu comemos uma pizza na Pizzaria da Maura, na rua que dá acesso às ruínas – pizza boa, mas nada de massa artesanal, fermentação lenta e que tais – ajustem expectativas; também comemos uma ótima coxinha de palmito de jaca numa padaria cujo nome eu não lembro mais (lugar super simples, indicado por uma moradora do lugar); e comemos um macarrão com ragu de carne no Massas e Vinhos na Rua 7 de setembro.

O negócio é que Vale do Capão, Lençóis e Igatu são mundos bem diferentes e isso se reflete também na oferta gastronômica. O Vale, como o “Miniguia Completão” indica, não tem um centrinho muito grande; tem uma rua que concentra algumas coisas e, no mais, os restaurantes estão espalhados pelo Vale, que não é tão compacto e que só tem ruas de terra (e bem estreitas também); um pouco pelo cansaço da viagem (e da caminhada), outro tanto por falta de disposição para encarar as condições de tráfego na área, acabamos ficando pela pousada mesmo (sair a pé para comer não nos pareceu muito uma opção ficando na Pousada do Capão – pode ser mais viável se a hospedagem for em outro lugar). Lençóis é uma cidade “organizada” e que concentra a cena de bares e restaurantes em três ruas do centro. É só andar por lá e escolher onde sentar. Tem oferta para todos os gostos, incluindo comida italiano e sushi. Já Igatu é outra coisa… É uma vila de 448 habitantes. Não acontece muita coisa por lá e, assim, também não tem muito restaurante aberto. Não é por acaso que os quartos das pousadas por lá costumam oferecer uma cozinha compacta. Nós até tivemos sorte porque chegamos na vila no meio das filmagens de um filme da Netflix e, por isso, a vila estava bem movimentada. Não é que tenhamos comido mal, mas a oferta de alimentação é mais restrita. (segue)

Sobre hospedagem: (i) no Vale do Capão ficamos na Pousada do Capão e gostamos muito! A pousada fica mais para o fundo do vale e tem uma vista linda para as montanhas, tanto das áreas comuns/restaurante, quanto de alguns quartos (nós ficamos no tipo “Capão com vista”). A área verde é muito ampla, com direito a trilhas internas, riacho para tomar banho, uma piscina (sort of…) fechada, salas para massagem. O quarto “Capão com vista” era muito amplo (tinha até uma rede!) e confortável. Secador de cabelos no banheiro e sabonetes de boa qualidade, mas sem xampu e outros produtos. Café da manhã farto e muito gostoso, pedido em sistema “a la carte” (eu achei que seria demorado, mas não foi). Além disso, todos os dias a pousada tem um restaurante que opera entre 14h e 20h e serve pratos variados, bem feitos, por preço razoável. De quinta a domingo ainda tem bistrô na beira do rio e uma pizzaria (não testamos, porque nos hospedamos de ter a qui); (ii) em Lençóis, ficamos na Villa Serrano, em um quarto “lateral da piscina” e também gostamos. A Villa Serrano também tem muita área verde, mas é mais “compacta” que a Pousada do Capão – é mais paisagismo e menos gramado, digamos. Muito bem localizada, pertíssimo da área de bares e restaurantes da cidade, mas longe o suficiente para não sofrer com barulho. O quarto era bastante amplo; banheiro mais apertado, com boa oferta de produtos de toilette (sabonete, xampu, condicionador e hidratante), mas sem secador de cabelo. Café da manhã em estilo buffet, com alguns extras a pedido (ovos, tapioca etc); tudo muito gostoso. A Villa Serrano não tem restaurante, só um bar de piscina que serve alguns lanches e bebidas. Tem um espaço que funciona como spa atendido por uma lista de profissionais que a própria recepção agenda; (iii) em Igatu ficamos na Flor de Açucena, na “Toca” e até hoje não sei se gostei ou não…rs A pousada fica logo na entrada da vila e está em um terreno inclinado em direção ao rio Coisa Boa. A recepção fica na parte alta (no nível da rua) e aí você vai descendo em direção aos quartos. A “Toca” deve ser o quarto que fica mais para baixo e não foi exatamente fácil descer até lá com uma mala de 20kg (nota mental para a próxima – viajar de mochila…rs). A pousada é super arborizada e, por isso, bastante úmida. Deve ser bom para quem viaja no período seco, porque as árvores certamente ajudam a manter o ambiente mais fresco, mas como pegamos chuva, eu achei tudo úmido demais. Não vi piscina, mas a pousada fica logo em cima do “poço da Madalena”, que é um ponto no rio ótimo para tomar banho. O café da manhã era gostoso, mas um tanto mais simples que o das outras duas pousadas. A Toca é bem ampla (tem espaço para 6 pessoas dormirem, mais um espaço de “sala de TV” e ainda uma cozinha compacta) e tem um ar condicionado que ajuda na ventilação. Banheiro ok, mas com chuveiro elétrico; sabonetes e secador de cabelo). (segue)

Buenas! Estivemos por 7 dias inteiros na Chapada agora em outubro, assim divididos (seguindo as sugestões do “miniguia completão”): 2 noites no Vale do Capão; 3 noites em Lençóis; 3 noites em Igatu. Comentários gerais: (i) “Chapada sem esforço” é um negócio que, na minha opinião, não existe…rs Mesmo para quem fica hospedado em Lençóis a coisa é puxada, porque quase nada se faz sem deslocamento para um lado ou para ou outro; (ii) de fato, cobrir tudo em uma só viagem também não rola. Já no planejamento isso fica claro e, uma vez lá, vamos descobrindo várias outras coisas para ver e fazer; (iii) estar chovendo (como estava, nos dias em que estivemos por lá) diminui bastante a graça da coisa toda, muito embora deixe as cachoeiras com mais água; (iv) mosquitos não foram um problema (muito embora devam ser em algum momento do ano, porque em todas as pousadas tinha um frasco de SBP ou coisa que o valha no quarto); (v) estradas podem ser um desafio. A estrada de Palmeiras até o Vale do Capão está em obras; deve melhorar quando as obras terminarem. A estrada para Igatu (tanto a entrada mais perto de Andaraí, quanto a mais perto de Mucugê) é um caso à parte; apesar de estar em bom estado, tem vários trechos super estreitos, daqueles em que só passa um carro; de Andaraí para Igatu é quase tudo subid(inha) e exige que se engate uma primeira em vários trechos; (vi) placas nas estradas são quase inexistentes (nem mesmo a subida para o Morro do Pai Inácio está indicada), mas os navegadores (Waze e Google Maps) normalmente indicam o caminho corretamente; (vi) o Fiat Chronos 1.0 que alugamos deu conta do recado, mas alugar um carro mais alto me pareceu um ótimo investimento (fiz nota mental sobre isso para uma próxima visita…rs). (segue)

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