Santiago, Mendoza e Buenos Aires: viagem 3 em 1, por Andrea
A Andrea, que vocês já conhecem da deliciosa expedição pela Escócia, acaba de voltar de mais uma viagem redondinha: Santiago e Mendoza de avião, conhecendo as principais atrações das duas primeiras cidades, e fechando o roteiro com uma passagem rápida por Buenos Aires.
Não faltou nada no roteiro da Andrea: Cerro Santa Lucía, Valparaíso, vinícolas, Teatro Colón… E ela ainda deu a sorte de encontrar o Museu de Arte Pré-Colombiana de Santiago reaberto após mais de 2 anos de reformas. É das atrações mais bacanas da capital chilena.
Quer conhecer tudo isso? Vai pela Andrea:
Olá, pessoal! Mais uma vez venho dar meu fidibeque turístico. Fiz uma viagem bem tranqüila, com tempo sobrando para descansar: Santiago e Mendoza, finalizando com Buenos Aires.
Santiago
Começamos por Santiago. Pegamos um vôo de milhas, com troca de avião em Guarulhos. Dica aos cariocas: não façam o mesmo, a não ser que não haja outra opção ou seja muito vantajoso financeiramente. Agüentar o Galeão já é dose, mas agüentar o Galeão e Guarulhos, no mesmo dia, é duplo sofrimento!
Chegando a Santiago pegamos um táxi no quiosque de táxis oficial, bem tranqüilo, preço fixo, o motorista nos deixou direitinho no hotel.
Ficamos no Travel Place Departamentos, que não é bem um hotel, é um apartamento em um prédio misto (alguns andares são do hotel, a maioria não).
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Gostamos muito: a localização é excelente, no bairro Providencia, perto de uma estação de metrô, supermercado, restaurantes. O Francisco, que organiza tudo, foi muito gentil. Ele vai embora às 18 horas, então tem que ficar esperto para pedir tudo antes que ele saia. Não tem limpeza aos domingos, mas, nos outros dias, a faxineira dá uma boa geral. Como eu viajo com marido e filho, achei mais confortável este esquema, pois o menino dormia na sala, já que meu quarto ficava separado. Além disto, poder contar com uma cozinha dá um ar de “estou em casa”.
No primeiro dia ficamos turistando por Santiago, que é uma cidade surpreendente: limpa, organizada, florida. Os chilenos são muito gentis e educados (pelo menos os que encontramos!). Pegamos o ônibus hop-on hop-off da Turistik, passamos dentro do ônibus pela parte mais moderna da cidade e saltamos na mais antiga, no Cerro San Cristóbal.
Lá em cima a vista não estava estas coisas, não dava pra ver os Andes muito bem, havia muita neblina. Pequena dica: comprando seu tíquete do ônibus Turistik no Cerro San Cristóbal, a entrada no funicular que faz a subida é de graça.
Depois fomos até o Mercado Central, onde almoçamos a centolla, famoso crustáceo gigante local. É muito gostoso, o garçom vem especialmente para ficar tirando a carne de dentro e colocando no seu prato, depois de passar em um molho de manteiga. Todo mundo olha. Nada mais turistão!
Continuamos o passeio pela Plaza de Armas rumo ao Museu de Arte Pré-Colombiana, recentemente reaberto. Cheirando a tinta! O museu é muito bonito, bem organizado, as peças são muito interessantes. Meu filho, adolescente, adorou.
Por fim, fomos até o Palacio de la Moneda. Sobre este prédio paira uma lenda engraçada, de que teria sido construído por engano, pois teria havido uma troca da planta com o projeto da Casa da Moeda no Rio de Janeiro. Pesquisando no google, dizem que a história não é verdadeira, mas acho que vale dar uma olhada nos dois prédios: a Casa da Moeda carioca tem muito mais jeito de um palácio de governo do que o prédio chileno!
No segundo dia fomos até Valparíso e Viña del Mar. Mais uma vez, seguimos o roteiro do Ricardo: metrô e ônibus no Terminal Alameda.
Não recomendo o passeio da Turistik para Viña e Valpo. Pesquisei na internet e as pessoas que foram não gostaram. Além disto, este esquema do busão é super confortável e fácil de comprar bilhetes e embarcar.
Chegando a Valparaíso pegamos um táxi até o Cerro Alegre. A feiúra do Terminal de ônibus é compensada pela beleza das casinhas coloridas de Valparaíso, em ruas sobe e desce emoldurando o Oceano Pacífico. Muito lindo! Ficamos andando e fotografando tudo. Um lugar especial, onde deve ser uma delícia passar um fim de semana inteiro. Almoçamos no Le Filou de Montpellier (Almirante Montt, 382), no menu preço fixo de almoço. Comida gostosa e barata!
Depois do almoço seguimos de ônibus até Viña del Mar, que fica bem pertinho. Saltamos no Relógio de Flores, tiramos as tradicionais fotos e fui reencontrar o Pacífico, o qual eu não via há vinte anos… Sim, o sr. Pacífico continua gelado, mas a praia estava cheia!
Minha idéia, então, era dar uma voltinha de táxi para ver os castelos e, ao final, parar na Quinta Vergara. Entretanto, pegar um táxi em Viña não se mostrou tão fácil: passavam poucos, e todos cheios. Quando, finalmente, conseguimos um, o motorista era meio estranho: não entendia o que a gente dizia (apesar de eu e meu marido falarmos espanhol), não sabia onde eram os castelos nem a Quinta Vergara. Mostramos no mapa e ele foi, falando com alguém no telefone que o orientava… Muito estranho. Desisti de parar para tirar fotos dos castelos e rumamos direto para a Quinta. O motorista, claro, cobrou muito mais do que a corrida valia (os táxis não têm taxímetro, tem que negociar antes, o que foi impossível no nosso caso).
A Quinta Vergara é bem bonita, com um casarão antigo, fechado, e um jardim bem cuidado. Havia uma exposição de cães, que fariam exibições no dia seguinte. Lá fica o gigantesco Anfiteatro da Quinta Vergara, onde se realiza o Festival Internacional da Canção de Viña Del Mar. Vale dar uma visitada e, para quem for ficar em Viña, checar a programação. Este ano, por exemplo, passaram por lá nomes como Rod Stewart, Fito Páez e Laura Pausini.
Uma dica para a volta: pode-se saltar do ônibus que vem de Valparaíso em duas estações do metrô: Pajaritos ou Universidad de Santiago, que é o ponto final. É bem melhor descer em Pajaritos, pois, devido ao engarrafamento da hora do rush, levamos mais de meia hora entre as duas estações. Saltando em Pajaritos e pegando o metrô fica bem mais rápido.
No terceiro dia fiquei doente, no hotel. Iríamos a Cajón del Maipo, mas, infelizmente, pegar sol na cabeça o dia inteiro, com resfriado, não dava. Fica para a próxima.
No quarto dia continuamos turistando por Santiago. Fomos ao Cerro Santa Lucía, que é muito bonito. Neste dia a vista para as cordilheiras estava um pouco melhor, mas ainda havia muita neblina
Descemos o Cerro e almoçamos no Barrio Lastarria, que tem muitos restaurantes charmosos. Escolhemos o restaurante Sur Patagónico (José Victorino Lastarria, 92-96), ambiente agradável, comida ok. Meu peixe estava saboroso, mas o do meu marido estava um pouco salgado demais.
Pertinho do restaurante havia o Museo de Artes Visuales, entrada grátis, ar condicionado bom, entramos e demos uma volta. Bem arrumado, arte moderna.
Finalizando o dia, fomos ao Museo Nacional de Bellas Artes. Prédio imponente, muito bonito, mas várias salas estavam fechadas para reforma. Ainda assim, havia uma exposição que me comoveu por seu sentido histórico: elementos gráficos da campanha internacional contra a ditadura Pinochet. Havia ainda outra instalação interessante sobre cachorros, que se espelhava por todo o prédio desde a sua entrada. Ponto para a curadoria do museu. A entrada foi gratuita.
Em frente ao museu há um dos muitos parques de Santiago. Este é um atrativo para quem gosta de se perder em longas caminhadas.
À noite, na Providencia, fomos ao Parque das Estátuas, assistir ao músico Phill Woods num festival de jazz ao ar livre. Outra dica: Santiago tem uma oferta cultural, e especialmente musical, bastante interessante, vale a pena dar uma conferida nos sites e nos centro turísticos.
Mendoza
Partimos no dia seguinte, bem cedo, para Mendoza. Fomos de avião: devido às obras na estrada, preferi não arriscar o perrengue – e, para falar a verdade, eu não gosto muito de viagens por terra.
Devidamente acomodados nas janelinhas, tiramos fotos lindas dos Andes.
Em Mendoza contratei meus passeios com o Leonardo Harth ([email protected]), cujo contato eu peguei aqui no blog. Tratei por email e ele escolheu e reservou tudo para mim. Foi perfeito! Pontual, gentil e divertido, o Leo fez da nossa estadia em Mendoza uma experiência deliciosa.
Ficamos hospedados no Diplomatic. Adoramos! Ar-condicionado bombando (é, Mendoza é queeeeente no verão), quarto espaçoso, equipe atenciosa, silêncio para dormir. Tem uma piscina não muito grande, mas muito útil para se refrescar no fim de tarde. O restaurante era excelente. Enfim, recomendo muito.
Neste primeiro dia fizemos um reconhecimento da cidade, que é surpreendentemente grande para uma cidade do interior. Tem um parque lindo e enorme, o Parque General San Martín, dá pra ir a pé do hotel.
No dia seguinte o Leo nos apanhou às 9 horas em ponto para o passeio às vinícolas. Começamos pela Trapiche. A estrutura para receber turistas é excelente, tudo muito organizado e explicado. Terminamos com a degustação e já saímos bem alegres…
Depois fomos a uma vinícola menor, a Domiciano de Barrancas. Foi legal ir a uma vinícola menor, para fazer a comparação. Com a segunda degustação, além de alegres, estávamos com bastante fome. Almoçamos no delicioso Casa de Campo, sugestão do Leo, com um precinho bem em conta. Neste restaurante recomendo pedir o malbec Saint Felicien e o coelho ensopado.
Terminado o almoço o Leo ainda queria nos levar a outra vinícola, mas preferimos voltar ao hotel e acompanhar os mendocinos na siesta. Ninguém é de ferro…
No dia seguinte partimos com o Leo para o passeio mais esperado, à Cordilheira dos Andes. Estávamos com muitas expectativas, que foram todas superadas pela beleza do lugar. Como é lindo! E tão pertinho de casa… A paisagem vai se alternando entre lagos azul turquesa, montanhas coloridas, vales de ciprestes, túneis cortados nas rochas e vales nevados.
Fomos até o Parque Provincial Aconcágua, o ponto mais alto da América do Sul. Apesar do sol intenso, soprava um vento bem gelado, levem casacos!
Na volta demos uma paradinha na Ponte Inca, onde há uma piscina de água termal que, dizem, era utilizada pelo povo Inca. A ponte é uma formação natural, muito bonita. Atualmente as águas termais estão fechadas, o Leo contou que as pessoas depredavam o local, por isto foi fechado. De qualquer modo, eu não tomaria banho com aquele vento gelado por nada!
Buenos Aires
Terminamos a viagem com um fim de semana em Buenos Aires. Ficamos no Ayres de Recoleta Plaza. A equipe foi mais do que gentil e nos deixou fazer um early check-in que fez toda a diferença, estávamos bem cansados. A localização do hotel é muito boa e o espaço confortável, com uma mini cozinha. Só achei a decoração do quarto bem cansada. Além disto, como estávamos de fundos, recebíamos a fumaça dos exaustores dos restaurantes próximos, o que deixava nosso quarto com um terrível cheiro de churrasco… Só mesmo com a janela fechada dava pra agüentar.
Em Buenos Aires, como o tempo era curto e já conhecemos tudo, só fizemos um passeio turístico: a visita guiada ao Teatro Colón, que estava fechado das outras vezes em que estivemos na cidade. Recomendo, é muito bonito.
Aproveitamos para andar pela cidade, sem compromisso, admirando sua beleza. Buenos Aires é ainda mais bela assim.
Quanto aos serviços de transporte ao aeroporto, utilizei os serviços de remis do Sr. Mario Wenk, recomendado por uma amiga argentina. Muito honesto e confiável! Aqui vai o contato dele: tel. 00 54 9 11 6799-1139, email [email protected].
Dentro da cidade apanhei táxi na rua mesmo, optando pelos táxis de companhias e sempre pagando com dinheiro trocado. Não tive problema algum.
Quanto aos restaurantes, recomendações especiais ao Don Julio, em Palermo, e ao Sirop & Folie, na Recoleta, indicação dos amigos portenhos.
Voltando para casa, tive o prazer de sair pelo Ezeiza. Isto sim é um free shop! Guardem uns pesos para umas comprinhas.
Espero que minhas dicas sejam úteis!
Foram muito úteis, Andrea! Obrigada!
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Comentários
Eu fiz um roteiro semelhante, mas começando por Buenos Aires. E acrescentei Salta e Deserto do Atacama. Buenos Aires>Mendoza>Salta>Atacama>Santiago. De Salta a Atacama pegamos um ônibus que atravessou o Andes. Demais trechos, de avião.
Estou a fazer o roteiro parecido como mochileiro com algumas alteração de cidades. Estou a viajar dia 27 de Novembro deste ano 2024 com início da aventura em Santiago, se alguém tiver em viagem nesse período por Chile e quiser uma companhia p despesas com hospedagem. (Em pesquisa percebi que as hospedagem em Chile é um preço de rim) Chama no insta. Abraços edfilho___
Estou pensando nesse roteiro em julho de 2024 próximo, fica interessante? ou por ser inverno deveria optar por outra coisa?
Olá, Luciana! A maioria das pessoas quer ir a Santiago no inverno, para ver neve. O único inconveniente é não ver uvas no pé em Mendoza, mas isso não chega a ser um problemão.
Qual a moeda para utilizar em Santiago e Mendoza e custo das passagens de avião nos trechos?
Olá, Elias! Compre uma passagem na modalidade múltiplos destinos, com ida Brasil-Santiago, trecho intermediário Santiago-Mendoza e volta Mendoza-Brasil.
Veja:
https://www.viajenaviagem.com/2012/01/passagens-internacionais-como-evitar-o-erro-mais-comum/
Sobre moeda:
https://www.viajenaviagem.com/2018/05/que-moeda-levar-para-50-paises/#chile
https://www.viajenaviagem.com/destino/mendoza/#cambio
Amei o roteiro e as dicas…. Pretendemos fazer essa viagem em janeiro!! Delícia!!
Quero muito esse roteiro
Bom dia,
estou querendo visitar Mendoza partindo de Santiago de Onibus, mais nao consigo fazer a compra de passagens. Gostaria de saber se chegando no dia 22.07, sem comprar a passagem de onibus antecipadamente para o dia 24.07 teria algum problema de nao conseguir ou como faço para comprar a passagem. Pelo transporte em carro estao comprando $600,00 (dolares) o que achei muito salgo. Voce poderia ajudar.
Olá, Antonio Carlos! Até hoje nunca apareceu neste blog ninguém para dizer que não conseguiu fazer a viagem de ônibus e que precisou cacifar um remis tão caro. Tente em todas as cias., desbloqueie o seu cartão para compras internacionais, ou em último caso compre ao chegar.
Leia:
https://www.viajenaviagem.com/2010/03/paisagem-na-janela-de-santiago-a-mendoza-de-onibus