Japão, parte 2: Takayama, Shirakawa-go e Kanazawa (a viagem do Diego)
Texto e fotos | Diego Sapia Maia
A semana em Tóquio foi intensa, mas conseguimos ver praticamente tudo o que queríamos com calma. Agora era hora de ir para as montanhas, relaxar em cidades e vilas pequenas, e curtir o frio que ainda fazia na região. Tivemos a sorte de pegar neve, cerejeiras em flor e visitar o jardim mais encantador do Japão.
Leia os dois primeiros posts
Dia 8: Takayama
No nosso oitavo dia no Japão, acordamos cedo e saímos do hotel Grand Fresa Akasaka em direção à Estação Tóquio, usando o metrô. Carregávamos apenas uma mochila e uma mala M cada um, então a viagem de pouco menos de 30 minutos até a estação foi tranquila, mesmo com algumas escadas pelo caminho.
Na estação Tokyo (Tokyo Station no Google Maps) utilizamos o JR Pass para passarmos pelas catracas. Toda estação de trem tem uma área por onde os portadores do JR Pass devem entrar, e elas normalmente estão localizadas do lado das catracas, no posto da guarda.
Promoções para sua viagem
É só mostrar o seu JR Pass para o guarda do local e pronto. Se você não tiver reservado assentos, é bom chegar na plataforma do seu trem com uns 30 minutos de antecedência para formar fila para os vagões que não têm lugares marcados.
Como já tínhamos reservado lugares no escritório da Japan Railways de Shinjuku, tivemos mais tempo para andar pela estação e comprar algumas comidas para a viagem.
Leia sobre o JR Pass aqui
Pegaríamos dois trens naquela manhã de domingo: um shinkansen (trem-bala) até Nagóia (1h30 de Tóquio) e de lá um trem mais lento até Takayama.
A primeira parte da viagem foi tranquila e rápida. No caminho até Nagóia você pode observar o Monte Fuji do lado direito do trem, se o dia estiver claro. Demos sorte, e vimos a montanha com mais clareza do que quando fomos até o Lago Kawaguchiko.
A segunda parte da viagem levou 2h30, mas o visual compensou: o trem sai de Nagóia e sobe as montanhas até Takayama, beirando vales esculpidos por rios e atravessando florestas.
Era abril, mas a neve ainda caía nesse pedaço do país. Talvez tenha sido a viagem de trem mais bonita que já fiz na vida, batendo a viagem de Cusco a Machu Picchu.
Chegamos em Takayama na hora do almoço. Nosso hotel, a 5 minutos a pé da estação de trem, era o Takayama Ouan, um hotelão que se diferencia bastante da hotelaria ocidental que predomina em Tóquio.
Adoramos ter que remover os tênis e sapatos antes de entrar nos elevadores (há armários com chave para guardar) e andar pelo hotel apenas com os chinelinhos fornecidos por eles.
Seguro Viagem Bradesco: sua tranquilidade em viagens internacionais.
Quem quisesse podia também circular pelo hotel usando os samue (vestimentas similares a kimonos) deixados para os hóspedes nos quartos. As camas na verdade eram colchões bastante confortáveis e espessos colocados sobre os tatames.
O café da manhã tinha opções ocidentais (pães, frutas, ovos), mas predominava a comida japonesa (peixes, verduras e legumes, arroz). O que mais curtimos, no entanto, foi o onsen (banho termal japonês) disponível no último andar do hotel.
A água era geotérmica de verdade, bombeada até lá por máquinas, e o lugar tinha um espaço a céu aberto e uma vista bonita da cidade. O onsen é separado em áreas para homens e mulheres, e há diversas regras de etiqueta que você deve seguir (as regras estão todas explicadas num folheto que o hotel deixa no quarto).
Wise – Cartão de débito global
Deixamos nossas malas no hotel, porque o check-in ainda não estava disponível, e andamos cerca de 15 minutos até o centro histórico de Takayama (Takayama Old Town no Google Maps), onde almoçaríamos e passaríamos o resto da tarde.
Comemos no excelente restaurante Le Midi, de culinária francesa e italiana. Tudo o que pedimos estava ótimo, em especial uma lasanha de carne hida (a carne wagyu típica da região).
Não há culinária que os japoneses não dominem, e experimentar uma lasanha e um tiramisu espetaculares no meio de uma cidadezinha nas montanhas japonesas foi a prova definitiva disso. Enquanto almoçávamos, a neve voltou a cair (fininha, sem se acumular).
Ao atravessar a ponte sobre o rio Miyagawa do lado do Le Midi você dá de cara com um maravilhoso conjunto de casas bem-preservadas que datam do período Edo (1600-1868).
Dispostas em ruas fechadas para pedestres, as casinhas (que abrigam lojas de objetos de madeira, artigos de viagem e destilarias de sakê) são a principal atração da cidade, e dá para ficar ali por algumas horas andando pelas poucas quadras, curtindo cada detalhe do conjunto histórico.
Entramos em algumas das destilarias de saquê existentes na área, facilmente identificáveis pelas sugidama (grandes bolas de galhos de cedro penduradas na frente das casas). Em algumas é possível fazer uma degustação rápida de saquê por cerca de 1.500 yens.
À beira do rio Miyagawa encontramos as cerejeiras mais lindas de toda a viagem. Se em Tóquio pegamos a floração já no fim, demos a sorte de chegar em Takayama na melhor semana para ver as árvores floridas (por estar numa região mais fria, as cerejeiras florescem mais tarde ali).
Ficamos um bom tempo fotografando e admirando as árvores com os outros turistas (poucos, comparados a Tóquio).
De lá fomos a pé até a região norte da cidade, visitar o Yatai Kaikan (coloque Takayama Yatai Kaikan no Google Maps), o galpão que abriga os carros alegóricos que desfilam pela cidade durante o Takayama Matsuri (Festival de Takayama), que ocorre durante dois dias da primavera e dois do outono.
Mala de bordo nas medidas certas
O festival da cidade é considerado um dos três mais bonitos do país, e atrai multidões. Chegamos na cidade uma semana antes do festival começar, então visitar o Yatai Kaikan foi a única oportunidade de vermos os belos carros alegóricos históricos de perto.
A entrada custa 900 yens, e a visita ao Yatai Kaikan pode ser combinada com uma parada no incrível (e pequeno) santuário Sakurayama Hachiman-go, localizado ali do lado, ao pé das montanhas, e que ainda tinha muita neve acumulada nos seus pátios. A entrada para o santuário é gratuita.
Voltando para o centro histórico, ao sul, andamos à beira do canal que o separa da área norte da cidade, e novamente paramos para admirar as dezenas de cerejeiras floridas da região. Não importa quantas delas você veja na viagem: você sempre vai querer parar para admirar mais de perto.
Chegamos ao hotel quando já anoitecia, para finalmente fazer o check-in e tomar um banho de onsen (se não quiser experimentar o onsen, os quartos do hotel têm banheiros ocidentais tradicionais).
Saímos do hotel por volta das 20h, quanto a temperatura batia quase zero grau, e voltamos a caminhar em direção ao centro histórico, que estava vazio e silencioso, mas iluminado por algumas poucas lanternas (uma cena única).
Jantamos no Center4 Hamburgers, que ganhou fama por ter sido escolhido o segundo melhor restaurante do Japão por usuários do TripAdvisor. Exageros à parte, o hamburguer de hida beef do local vale a caminhada na noite fria (acho que por causa das baixas temperaturas não havia muita gente no restaurante).
Conversando com o dono, descobrimos que ele fala português, porque viveu no Brasil por alguns anos jogando futebol. Voltamos para o hotel por volta das 22h.
Organizador de eletrônicos para viagem
Dia 9: de Takayama a Shirakawa-go
Acordamos por volta das 6h da manhã, com uma nevasca caindo sobre a cidade. Foi a oportunidade única para voltarmos ao onsen do hotel, e tomar banho de águas termais debaixo de neve!
Tomamos café (o José adorou experimentar os peixes e verduras; eu preferi não arriscar) e saímos do hotel pouco depois das 8h, novamente rumo ao centro histórico (Takayama Old Town no Google Maps), para visitar o mercado matutino que funciona todos os dias entre 6h e meio-dia ao longo do Rio Miyagawa.
Experimentamos algumas das comidas vendidas na feirinha, e ao final do mercado avistamos a rainha das cerejeiras de Takayama, uma árvore imensa que atraía a atenção de todos os visitantes da feira.
Depois de umas duas horas perambulando pelo mercado e centro histórico, seguimos para o hotel, pegamos as malas e nos dirigimos à estação de Takayama, onde funciona também a pequena rodoviária da cidade. De lá, pegamos um ônibus para Shirakawa-go. Não há estação de trem em Shirakawa, então para chegar lá o ônibus é necessário.
Revolut – Taxas de câmbio excelentes!
Taxa de câmbio comercial e IOF de 1,1%
Envie e receba dinheiro em diversas moedas
As passagens de ônibus foram compradas pelo site Japan Bus Online, e cada uma custou 2.470 yens. O site aceita cartões de crédito internacionais emitidos no Brasil, mas tem um processo de compra chatinho, que envolve envio de SMS para verificar seu celular e as burocracias típicas do Verified by Visa e Mastercard Securecode.
Na rodoviária de Takayama notamos que muitas pessoas conseguiram comprar as passagens para Shirakawa-go diretamente no guichê, pouco antes de embarcar (há diversos ônibus entre as duas cidades todos os dias). Se preferir comprar as passagens por lá, recomendo que faça assim que chegar na cidade, ao menos um dia antes de embarcar para Shirakawa-go.
A viagem até Shirakawa-go levou pouco mais de uma hora, novamente através das montanhas nevadas do centro do país. Chegamos em Shirakawa-go pouco depois das 12h e fomos para o ryokan (pousada japonesa) que nos abrigaria aquela noite.
O ryokan, chamado Nodaniya, foi reservado pelo site Japanese Guest Houses, especializado nesse tipo de acomodação tradicional (e que faz a intermediação em japonês entre os hóspedes ocidentais e os ryokans).
O ryokan ficava no fim da rua principal do vilarejo de Shirakawa-go, a cerca de 15 minutos a pé da estação rodoviária da cidade (mais um motivo para não viajar com malas grandes pelo Japão).
Chip internacional com 10% OFF – cupom VIAJENAVIAGEM
A dona do ryokan, uma senhora simpática que não falava uma palavra de inglês, nos recebeu e guardou nossas malas. Teríamos que estar de volta às 17h para nos preparar para o jantar, servido para todos os hóspedes ao mesmo tempo.
O tempo que tivemos entre a chegada ao ryokan (na hora do almoço) e o jantar foi o suficiente para conhecermos todo o pequeno vilarejo de Shirakawa-go com calma (debaixo de uma chuva leve).
A maioria dos turistas visita a cidade em bate-voltas vindos de Nagóia ou mesmo Takayama, e a cidade ficou relativamente cheia até umas 15h, quando os ônibus de turismo começaram a deixar o local.
Shirakawa-go, patrimônio mundial da UNESCO, tem um conjunto de casas históricas de cerca de 250 anos. Construídas em estilo Gassho (que significa “mãos em posição de prece”), as casas têm telhados inclinados cobertos por palha de arroz que ficam carregados de neve no inverno, e campos de arroz nos seus ‘quintais’.
Estávamos em abril, e ainda havia muita neve acumulada nas ruas da cidade (mas nenhuma no teto das casinhas).
Há dezenas de construções bem preservadas (casinhas, templos, santuários) espalhadas por todo o vilarejo, e andar por elas é um passeio bonito e bucólico. Você está no meio do Japão, numa vila com ares medievais, cercada por montanhas nevadas. Nosso ryokan (como quase todos os outros da cidade) ficava em uma casinha do tipo.
Subimos até o mirante Tenshukaku (Tenshukaku Observatory no Google Maps), localizado atrás da estação rodoviária (uma subida de 20 minutos, relativamente tranquila para quem está fora de forma), e admiramos o vilarejo do alto.
Dali, no inverno, é possível ver a cidade toda iluminada à noite, aos finais de semana. Ali ficam também as ruínas do castelo local.
Andamos também à beira do rio Sho, que forma o vale onde a cidade está situada, e o atravessamos por uma ponte pênsil. Do outro lado do rio ficam alguns pequenos museus e o escritório de turismo da cidade (Shirakawa-go Tourist Association no Google Maps).
É ali que param os ônibus de excursão. No vilarejo propriamente dito, pouquíssimos carros podem circular.
Voltamos ao nosso ryokan pouco antes das 17h. A dona da pousada fez o nosso jantar e o dos outros quatro hóspedes, que foi servido enquanto sentávamos em tatames, num cômodo aquecido por um fogareiro no centro.
Foi um jantar farto, com missô, gohan, muitas verduras e legumes, cogumelos e hida beef, além de chá verde à vontade. Depois do jantar, tomamos um banho. O banheiro era compartilhado, mas com casa de banho individual, com ofurô e chuveirinho ao estilo onsen.
Vale dizer que o banho tem horários no ryokan: a casa de banho só deve ser usada depois do jantar ou antes do café da manhã. Descansamos um pouco e por volta das 19h voltamos a andar pelo vilarejo, agora sob temperaturas negativas.
Queríamos ver as casas iluminadas à noite, mas nos frustramos porque nenhuma delas tem iluminação noturna fora do inverno. Mesmo assim, foi bom termos a cidade apenas para nós durante aqueles momentos.
Cartões globais para sua viagem
Como usar os novos cartões globais que tem IOF menor que os cartões de crédito
Voltamos rapidamente para o ryokan para nos preparar para dormir. Quando chegamos, nossas ‘camas’ já estavam prontas. Digo ‘camas’ porque em ryokans tradicionais você dorme em futons dispostos sobre os tatames.
Os futons se assemelham a edredons um pouco mais espessos. Foi uma noite de sono agitada: além de não nos acostumarmos com os futons, o aquecedor do nosso quarto desligava a cada 3 horas. Fazia -10 graus lá fora, e o aquecimento era absolutamente necessário.
Dia 10: A Kyoto, com pit-stop em Kanazawa
Acordamos por volta das 5h30 (com algumas olheiras), tomamos banho e aguardamos o café da manhã, incluído na diária. Novamente, outra refeição farta, também com gohan, muitas verduras e legumes, frutas e cogumelos, e chá à vontade. Pãozinho, manteiga, ovos? Esqueça.
Pagamos o ryokan em espécie (lembre-se: esse tipo de hospedagem dificilmente aceita cartões) e nos despedimos da simpática senhora dona do local. Fomos para a rodoviária (Shirakawago Bus Stop no Google Maps) pegar o próximo ônibus.
Adoramos a nossa hospedagem no ryokan, mas a noite mal dormida fez a gente mudar os planos da viagem. Ficaríamos em outro ryokan (na verdade, um templo budista) no Monte Koya, uma semana depois de Shirakawa-go.
Viajar ao exterior com segurança é ter Seguro Viagem Bradesco.
Como achamos que dormiríamos mal novamente, acabamos cancelando a reserva gratuitamente (esta, feita pelo Booking) e adicionamos um dia a mais à passagem por Kyoto. Demos muita sorte, porque conseguimos uma diária extra no mesmo hotel que já tínhamos reservado.
Com o cancelamento do Monte Koya, ganhamos também mais tempo em Kanazawa. Nossos planos originais incluíam uma parada de apenas 30 minutos na cidade, o suficiente para pegarmos nosso trem para Kyoto (não há ônibus de Shirakawa-go para Kyoto, portanto Kanazawa era a estação de trem mais conveniente).
Com a mudança de planos, acabamos transformando Kanazawa em um pit-stop de 6 horas.
Saímos de Shirakawa-go às 8h50 da manhã, num ônibus para Kanazawa também comprado pelo Japan Bus Online. A passagem custou 1.850 yens por pessoa. Chegamos à estação de ônibus e trens da cidade pouco depois das 10h.
Tínhamos reservas (feitas com o JR Pass) num trem que saía de Kanazawa às 10h40 em direção a Kyoto, mas conseguimos mudar para as 16h no escritório da Japan Railways.
Deixamos nossas malas nos armários (que você pode pagar com o SUICA), pedimos algumas informações no balcão de turismo da estação e pegamos o ônibus circular gratuito para portadores do JR Pass. Nosso objetivo: visitar o Kenroku-en, o jardim panorâmico mais famoso do Japão. Para se localizar, é só colocar “Kenroku-en” no Google Maps.
Já tínhamos visto alguns jardins em Tóquio, mas nada nos preparou para o tamanho e a diversidade do Kenroku-en.
O nome significa ‘Jardim das Seis Sublimidades’, fazendo referência aos seis elementos que, de acordo com os Chineses, compõem um jardim perfeito: espaço, isolamento, artificialidade, antiguidade, água em abundância e vista ampla. O Kenroku-en tem tudo isso levado à perfeição.
O jardim se transforma de acordo com as estações e merece ser conhecido o ano todo, mas fazer essa visita durante a primavera, quando algumas cerejeiras ainda permaneciam floridas, foi um privilégio.
Há diversas casas de chá, pontes, lagos, cachoeiras e centenas de espécies de árvores e flores espalhadas por toda a extensão do jardim – tudo aperfeiçoado pelas mãos humanas.
Os caminhos do parque te levam a jardins-dentro-do-jardim, a casas de chá escondidas no meio da vegetação e a áreas mais elevadas, de onde você pode apreciar toda essa beleza do alto.
Ficamos cerca de três horas dentro do Kenroku-en, andando com calma, parando para fotos, nos perdendo lá dentro. O ingresso custou 310 yens, e compramos na bilheteria, sem filas. Almoçamos do lado de fora, em um restaurante de ramen.
Dali, um pouco anestesiados pela beleza do jardim, fomos até o Castelo de Kanazawa (coloque Kanazawa Castle no Google Maps), visitar sua área gratuita. O portão de acesso está localizado em frente ao Kenroku-en, e combinar os dois passeios é perfeitamente possível num pit-stop em Kanazawa.
O Castelo de Kanazawa data de 1583, mas foi destruído em incêndios ao longo dos séculos, e poucas de suas edificações são originais. Por ter sido o primeiro da nossa viagem (o palácio imperial de Tóquio visto de longe não conta), o castelo de Kanazawa também nos impressionou.
Não entramos nas edificações, mas gostamos de andar pelo pátio e até pela pequena floresta existente dentro da área do castelo.
Do castelo, fomos a pé, numa caminhada de 30 minutos, até o mercado Omicho (coloque Omicho Market no Google Maps), repleto de bancas de comidas típicas, doces e chás.
Experimentamos algumas coisas e pegamos um táxi (menos de 1.000 yens) para a estação de trem, porque nosso horário de partida já se aproximava.
A estação de trem de Kanazawa (Kanazawa Station no Google Maps), aliás, é uma atração à parte. Ela mistura arquitetura japonesa contemporânea com elementos tradicionais locais.
Na entrada fica o portão Tsuzumi-mon, um imenso torii de madeira que faz as vezes de portal entre a estação e o resto da cidade. Ali há também uma fonte que funciona como relógio d’água.
A fachada da estação é construída em alumínio e vidro, e um domo gigantesco cobre a praça principal. O design é do arquiteto Ryuzo Shirae, e ganhou diversos prêmios. A estação foi considerada uma das mais bonitas do mundo pela revista Travel & Leisure.
De Kanazawa pegamos nosso trem para Kyoto. A viagem durou cerca de duas horas (não há trem-bala entre as cidades) e chegamos em Kyoto ao anoitecer.
A primeira noite em Kyoto
Descemos na caótica e gigantesca estação de Kyoto (Kyoto Station no Google Maps), um monstrengo de 15 andares que me pareceu ser maior (e levemente mais difícil de navegar) do que a de Tóquio, e procuramos a saída mais próxima do nosso hotel.
Ficamos no Sakura Terrace The Gallery, 100 metros ao sul da estação. Foi o maior quarto de hotel de toda a nossa viagem, e apesar de só usarmos para tomar banho e dormir, foi legal ter um pouco mais de espaço à disposição.
Fizemos nosso check-in, tomamos um banho e às 19h30 saímos para jantar e andar pela cidade. Comemos num dos diversos restaurantes existentes no subsolo da estação de Kyoto e ali mesmo pegamos um metrô (usando o SUICA) e um trem até a estação Kawaramachi, que nos deixaria no começo do bairro de Gion.
Estávamos cansados (tínhamos acordado às 5h30 e dormido mal), mas mesmo assim conseguimos andar bastante por Gion – tanto em sua área proibidona (cheia de boates e ponto de prostituição) quanto em sua área tradicional, a das gueixas, templos e prédios históricos.
Caminhamos por diversas transversais da Shijo Dori, a principal rua do bairro, mas principalmente pela Hanamikoji Dori, onde vimos uma gueixa deixando um compromisso, apressada.
Muitos turistas vão a Gion basicamente para fotografar gueixas, criando um verdadeiro clima de ‘caça’ no local, mas não preciso nem falar como isso é visto com maus olhos pelos locais. Ninguém merece ser tratado como um animal num safári.
Da Hanamikoji Dori caminhamos até a Shirakawa-minami Dori, uma rua lindíssima, cheia de cerejeiras iluminadas à beira de um canal. Há diversos restaurantes, casas de chá, patisseries e galerias de arte nessa região, que também merece ser explorada de dia. Por volta das 23h, esgotados, pegamos um táxi até o hotel (custou cerca de 2.300 yens).
No próximo post detalho nossos dias em Kyoto e o bate-volta até Nara.
- Introdução: 10 dicas práticas
- Parte 1: Tóquio
- Parte 2: Takayama e montanhas
- Parte 3: Kyoto e Nara
- Parte 4: Hiroshima, Himeji e Disneys
Leia mais:
17 comentários
Queria saber nesse roteiro quais foram os trechos onde nao foi possivel utilizar o JR pass, eu vi q alguns vcs compraram avulso como a ida a vila de shirakaea go.
Bom dia! Para um casal e filho adolescente, no mês de julho, com 21 dias de viagem pro Japão, será que este roteiro abaixo é viável, fazendo tudo com transporte público? Além disso, temos uma dúvida sobre o que mais vale a pena, seguir com vôo de Hiroshima para Okinawa e depois a Tóquio para retornar ao Brasil, ou de Hiroshima a Seul para conhecer mais uma cidade do país vizinho, retornando a Tóquio. Obrigado!!!
5 dias em Tokyo;
1 dia em Takayama/ryokan
3 dias em Kyoto
2 dias em Osaka
2 dias em Hiroshima
5 dias em Seul ou Okinawa
3 dias em Tokyo
Olá, Artur! Não temos conteúdo sobre a Coreia.