Guatemala: roteiro com Antigua e Lago Atitlán, nas dicas preciosas da Sylvia
Texto e fotos | Sylvia Lemos
Inspirada por um post de outro leitor — o Luciano –, a querida Sylvia aproveitou o voo direto de Porto Alegre a Lima para esticar até um destino que permaneceu por muito tempo fora de seu radar: a Guatemala. Acompanhe a grande viajante nas suas novas descobertas (e não perca as considerações finais!).
A Guatemala nunca esteve em qualquer das minhas (longas) listas de desejos, até cruzar com um texto e registrar mentalmente duas frases. O post Guatemala revelada continha palavras mágicas. ‘O país foi uma das mais gratas surpresas que tivemos nas nossas vidas de viajante’, escreveu o Luciano.
‘Só consigo comparar a simpatia deste povo ao do sudeste da Ásia’. Surpresas são comigo mesmo, e simpatia + povo + Ásia são paixão! Sair do extremo sul do Brasil para tirar uns poucos dias de férias numa pequena cidade do interior da Guatemala soa insano, mas tenho certeza de que você vai curtir me acompanhar nesta viagem.
O roteiro foi simples: 4 dias e noites em Antigua, usando um dia para um bate-volta ao Lago Atitlán, e dormindo duas noites na capital, no dia da chegada e na noite anterior ao voo de volta. (Além disso, uma escala de 2 dias/noites, na ida, em Lima — uma cidade que a gente adora — foi programada como garantia, caso o destino final se revelasse, hum, café com leite).Vai pela Sylvia
Chegando na Cidade da Guatemala
A chegada na capital foi à noite, e seguimos as orientações de segurança de pernoitar para só pegar estrada durante o dia. Mas não sei se seria mesmo necessário: os locais usam direto a ótima estrada que liga a capital a Antigua à noite nos finais de semana.
A hospedagem pode mudar nossa percepção de um destino: esse é um fato conhecido de todos nós, e confirmado mais uma vez nesta viagem. Após um dia de voos lotados e longa conexão na Costa Rica, aterrissamos na Guatemala ao anoitecer.
Uma placa e uma van nos aguardavam, e 10 minutos depois chegamos exaustos ao hotel. Antes mesmo de fazer o check-in já estávamos pilhados! No hall de entrada, muitas mulheres e crianças com roupas de festa; numa sala de porta aberta, um karaokê num volume audível da outra esquina; fila na porta do restaurante e outra fila nos elevadores.
Para completar, um cassino com muitas máquinas ao lado da recepção. Me belisca! Será que dá pra dormir aqui? Pois dormimos muito mais que o esperado.
O Crowne Plaza Guatemala foi escolhido para a primeira noite, por estar muito próximo do aeroporto (com trânsfer incluído na diária), ter tarifa na faixa, e acima de tudo pelas resenhas positivas em relação à comida. Já é esperado que após um dia inteiro de viagem só nos resta comer e dormir, de preferência sem ter que pensar em mais nada.
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O hotel é grande, antigo, mas está em boas condições de manutenção. O apartamento no sexto andar, de frente, era enorme! Sala com armários e sofás, cozinha, quarto com janelão, split novo, boas cortinas black-out, duas camas enormes com colchão, travesseiros e roupas de cama de boa qualidade, e um banheiro grande.
Solicitei um quarto silencioso e mesmo sem pedir um upgrade, nos colocaram numa junior suite. Descemos para jantar no último minuto do segundo tempo. A agitação nas áreas comuns era maior ainda às dez da noite, mas o restaurante estava quase vazio e o buffet ainda apresentava uma boa variedade de saladas, pratos quentes e sobremesas.
Um pouco bagunçado, mas saboroso. Na verdade nos pareceu um banquete após um dia de sanduíches e comidas de avião. Antes de subirmos para continuar a dormir, conferimos o cassino, o karaokê, o final da festa de casamento, e entendemos que tínhamos chegado à América Central.
Hoje, tenho certeza de que esta hospedagem foi fundamental para um melhor entendimento da cultura local, pois na semana que seguiu não vimos nada parecido.
Todas as refeições no hotel são no sistema buffet — farto –, mas existe um cardápio à la carte. O atendimento é cordial mas um pouco distraído, devido ao grande numero de pessoas.
O Crowne Plaza Guatemala atende bem às necessidades de quem precisa dormir uma noite na capital e quer estar próximo ao aeroporto.
Aproveitamos a manhã disponível na capital para conhecer o ótimo Museu de Antropologia e Etnologia (ingresso: 60 quetzales; fecha 2ª; não aceita cartão) e passar no Mercado de Artesanías La Aurora, que é bem próximo.
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Guatemala: o básico
- Como chegar: as rotas mais diretas são pela Copa, com conexão no Panamá, e pela Avianca, com conexão em Bogotá. Querendo ir por Lima, haverá outra conexão em San Salvador ou em San José da Costa Rica. Também dá para ir via Miami com as cias. americanas.
- Quando ir: os períodos mais secos são janeiro (quando faz mais frio), fevereiro, março, abril, novembro e dezembro. Confira os micro-climas de regiões mais altas do país, mas em geral é ameno e agradável, esfriando um pouco à noite.
- Febre amarela: brasileiros agora precisam apresentar o certificado internacional de vacinação. A vacina precisa ser tomada pelo menos 10 dias antes do embarque. Certificados vencidos continuam válidos, por causa da nova regra da Organização Mundial de Saúde que determina que toda vacinação contra febre amarela é válida por toda vida.
- Câmbio: leve dólares, de preferência notas pequenas também, pois em muitos casos pode ser vantajoso ou mais prático fazer pequenos pagamentos diretamente em dólar. O câmbio no aeroporto é ruim, nos hotéis pode ser interessante, mas a melhor taxa que encontrei foi a dos bancos. Não usei caixa automático, e a maioria das despesas foram pagas com cartão de crédito; ao pagar em dólares cash, o troco é normalmente em quetzales (apenas agências de viagem costumam dar troco em dólares americanos).
- Transporte na Cidade da Guatemala: os táxis recomendados para usar na capital são o amarillo, que atende chamadas só por telefone e usa taxímetro; e o blanco que não usa taxímetro; é preciso negociar tarifa (pergunte a um local o preço correto e combine o valor antes de entrar no carro)
- Transporte a Antigua: use o taxi blanco no horário que desejar, ou alguma das muitas empresas com vans que saem do aeroporto e/ou passam nos hotéis em horários pré-determinados.
Antigua
Descobrir Antigua foi uma das melhores surpresas de todas as nossas viagens. Fundada em 1543 no berço da civilização maia na América Central, esta pequena cidade ganhou o charme do barroco durante três séculos de domínio espanhol.
Desde 1979 está listada como patrimônio da humanidade pela Unesco.
Com apenas 60 mil habitantes, Antigua é uma cidade pacata que fica agitada nos fins de semana, com a vinda dos guatemaltecos em busca de sossego, segurança, e acima de tudo para realizar eventos: comemorar aniversários, fazer batizados, casamentos, encontros familiares.
A primeira capital do império espanhol na América Central tem muito charme e personalidade, casas térreas ou com dois andares, umas mais coloridas, outras menos, a maioria com telhas de barro, e todas com paredes limítrofes com a calçada. Os pátios internos são surpreendentes, com muito verde, fontes de água ou áreas molhadas.
Antigua é cercada por três vulcões: o Agua, dominante e visível todo o tempo desde a área turística; o Fuego, visível da entrada da cidade e de mirantes; e o Acatenango, vizinho do El Fuego. Passeios, escaladas, esportes mais ou menos radicais estão disponíveis para todos os gostos.
Antigua é encantadora! Acredite, na cidade água potável é de graça para todos; as mulheres sozinhas dizem buenas-tardes-senhorita a todas as mulheres sozinhas (turistas ou não) e, ao agradecermos com um – gracias – a resposta é: ‘para servirla’, ou ‘con mucho gusto’. Acredito que a origem de toda a simpatia e bom humor possa ser a muñeca quitapenas (boneca tira-tristeza), pois todas as preocupações são transferidas a ela (genial! simples e eficaz).
Minhas cinco razões para indicar Antigua:
- A vibe: tudo junto e misturado, com um charme único.
- A paisagem: casario espanhol, pátios com fontes e paisagismo exótico, ruas de pedra roliça, luminosidade intensa e vulcões rodeando o vale.
- O povo: gentil, super educado, bem-humorado, e visivelmente feliz em receber turistas nacionais ou estrangeiros.
- A hospedagem: charmosa, aconchegante, despretensiosa, inserida no contexto local, para os turistas muito ou pouco exigentes.
- As lembranças, que são duas. Uma tem a ver com as semelhanças com lugares já visitados: Antigua evoca as ruas de Paraty, o casario de Sevilha, o céu da Patagônia argentina, a gentileza do povo do Camboja, as roupas das mulheres de Báli, algo da comida mexicana, e a música agradável em volume baixo da casa da gente. A outra é a lembrança material, que a gente leva na bagagem — o belíssimo trabalho de tecelagem, único, estiloso, de excelente qualidade: em algodão ou lã, numa paleta quase infinita de tons e cores, para todos os gostos, estilos e usos, é impossivel resistir. São tantas as opções, que é certo se apaixonar, e trazer um pouco da Guatemala para casa.
Mala de bordo nas medidas certas
No quesito transporte, a cidade é plana, relativamente pequena, muito gostosa de caminhar. É fácil entrar nos pátios, descobrir fontes, pequenos hotéis, cafés, restaurantes, confeitarias, por trás das grandes portas de madeira — peça licença e vá entrando.
Os guatemaltecos gostam de uma conversa, compreendem o portunhol, tem senso de humor, e são muito receptivos com os estrangeiros.
A melhor forma de turistar é a pé: use tênis (as ruas tem calçamento pé de moleque, como em Paraty), e as calçadas são muito irregulares. Os tuk-tuks estão nas ruas principais, mas chacoalham tanto que andar a pé pode ser mais interessante; deixe para usar nas distancias mais longas, para transportar bagagem ou à noite.
Onde comer em Antigua
Tem de tudo para todos os gostos e bolsos. Estes foram os lugares de que mais gostamos (os horários podem mudar de acordo com a estação, confira sempre na página linkada sob cada nome):
- Epicure: vá direto ao jardim dos fundos. O cardápio é eclético, fazem qualquer prato solicitado (sem glúten, sem lactose, vegano, etc) e tem padaria/confeitaria na entrada da casa (abre das 10 às 21h; domingo fecha às 19h)
- Café Sky: bom para o pôr do sol. Chegue uma hora antes, para tentar um lugar na cobertura (abre das 8 às 23h)
- Café Condessa: bom para lanches, café e comidinhas (abre das 8 às 20h)
- Hector´s Bistro: é minúsculo, vá sem pressa (abre das 12h30 às 22h; fecha 2ª)
- Pappy´s BBQ: sempre movimentado (abre das 11 às 22h, fecha 2ª)
Passeios em Antigua
Deixe a cidade te surpreender, não é preciso estudar, pesquisar, basta caminhar, pegar um mapinha no centro de turismo ou no hotel e bater perna, entrando em todas as portas abertas que der vontade de conhecer.
A área com maior movimento de pessoas fica no retângulo entre a alameda Santa Lucia (comércio local) e as ruas 1º Poniente (conhecida como La Merced), 5° Poniente (sul da Plaza Mayor) e 5ª Avenida (a mais movimentada junto à Plaza Mayor, mais conhecida como Calle del Arco).
No perímetro histórico, as atrações são igrejas (a Iglesia de la Merced é a que tem o altar mais elaborado), mirantes e as ruínas do terremoto de 1773, que arrasou a cidade (então chamada Santiago de los Caballeros).
Os atraentes objetos do artesanato local fazem ótimas compras. Confira os preços fixos do armazém Nim Pot junto ao Arco; depois vá ao mercado de artesanías junto ao mercado central na Alameda Santa Lucia (abre às 10h30 da manhã, apesar de falarem que é às 9h).
Objetos em argila e jade (raros de encontrar) estão nos corredoresà esquerda, no segundo bloco antes da fonte central. A entrada para o mercado é atrás do camelódromo. (Não temos o hábito de comprar objetos em viagens, não temos quase nada dos países da America Central ou do Sul, mas a Guatemala é irresistível pelas cores, qualidade das matérias-primas e apuro técnico de tecelagem).
A 1 km da cidade (20 minutos a pé, com subida), o Cerro de la Cruz oferece a vista da cidade inteira, com o vulcão Agua ao fundo.
O mirante Santo Domingo del Cerro é quase um parque temático, com bela infra, restaurante com fila de espera para o brunch de domingo, e vista para os vulcões Fuego e Acatenango a partir do pátio do restaurante ou da horta (El Fuego sempre está soltando fumaça a pequenos intervalos de tempo). O transporte é gratuito a partir da Casa Museu Santo Domingo.
As saídas são de hora em hora; dê seu nome ao porteiro e fique ligado para entrar na jardineira logo que estacionar, são só oito lugares por viagem. Ao retornar, visite o hotel anexo ao museu, os jardins e as ruínas que fazem parte do complexo; a igreja ao ar livre é onde os casamentos chiques são realizados.
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O mirante San Cristóbal el Alto está a uns 20 minutos do centro da cidade, tem uma vista espetacular! Há também um restaurante orgânico, num espaço privilegiado com vista livre dos vulcões Fuego e Acatenango; chegue no mínimo meia hora antes do pôr do sol.
Compramos o transporte de van no caixa da loja Nim Pot (ou Huipil, como é conhecida pelos moradores), um grande galpão de artesanato cor de laranja que fica junto ao Arco de Santa Catalina, no trecho da rua exclusivo para pedestres. Vai por mim: ao chegar em San Cristóbal, coloque logo seu nome na lista da van para voltar (tem sempre mais passageiros do que a capacidade) e chegue antes da hora marcada.
Gostamos de ficar 3 dias inteiros na cidade, incluindo um final de semana, e ficaríamos mais! Quando você for, acrescente os dias de bate-volta a esses três dias na cidade. E lembre-se de assistir ao pôr do sol no Sky Bar e também no mirante San Cristóbal el Alto!
Vai pela Sylvia II
Bate-volta ao Lago Atitlán
Os passeios de um dia mais vendidos a partir de Antigua são o mercado de Chichicastenango (mais conhecido pelo apelido, Chichi), que é realizado toda quinta e domingo, e ao Lago Atitlan e vilarejo de Panajachel, que pode ser feito em qualquer dia com tempo bom.
Pegadinha: as agências de viagem de Antigua fecham as portas sábado às 18h e não abrem domingo; compre seus passeios com antecedência e procure ter certeza sobre o ano de fabricação/estado de conservação da van que vai fazer o transporte.
Também é possível fazer passeio de um dia às ruínas maias de Tikal, com bate-volta aéreo saindo do aeroporto da Cidade da Guatemala.
Evitando fazer dois bate-voltas em dias seguidos, escolhemos o Lago Atitlán, por ser único e famoso por conta do Aldous Huxley, que o descreveu como o-mais-belo-do-mundo! (Deixamos Chichi e Tikal para a próxima viagem).
O lago está a 1.500m de altitude, rodeado por três vulcões. Chegar pela manhã antes que as nuvens e marola (xocomil) turvem a visão, é sem dúvida nenhuma um ponto alto e inesquecível da viagem.
Compramos apenas o transporte de van, numa das muitas agências de viagem de Antigua após pesquisar preços, que variam tremendamente entre si, e nos certificar de que não valeria a pena incluir (no nosso dia de passeio) qualquer trajeto de barco entre os vilarejos do lago por conta do horário de chegada, entre 10h e 11h da manhã.
Pois foi exatamente o que aconteçeu: às 12h30 uma grande quantidade de nuvens bloqueou a visão dos vulcões, a água do lago deixou de ser uma piscina e os turistas que desembarcarvam no píer estavam visivelmente mareados.
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A estrada que liga Antigua a Panajachel (Pana) é muito boa, lembra bastante a Rota Romântica da serra gaúcha, mas tem muitos trechos urbanos, com transito lento. Fomos os primeiros a ser buscados no hotel e rodamos, de hotel em hotel, por 45 min até pegar a estrada (curtimos, por conhecer a cidade inteira); na volta o trânsito pesado do fim da tarde alongou a viagem de 2h30 para 3 horas e todos dormiram no carro. Bom ressaltar que a van era nova e confortável, e todos os passageiros da ida ficaram para se hospedar na região. Ao fazer um bate-volta, certifique-se que seu nome está na lista de retorno (quem não faz isso, arrisca a ficar).
O local padrão de desembarque das vans é no Hotel Posada Don Rodrigo, na beira do Atitlan. O hotel tem duas entradas, uma pela rua principal da cidade e outra pela piscina, onde há um restaurante com varanda com vista privilegiada para o lago. Se houver consumo, guarde a nota e vá à recepção deixar seus pertences para buscar na hora de voltar.
Nós usamos as 5 horas em Pana para caminhar ao longo do lago, almoçar, descansar nas ótimas redes do hotel, caminhar pela rua principal, tomar café e sorvete, conversar com os moradores e comprar (negociar) pequenos objetos que não havíamos visto em lugar algum.
Ao retornar a Antigua, aproveite o transporte para descer próximo ao local onde deseja jantar (o horário local é das 18h30 às 20h30 durante a semana). O caminho habitual das vans é chegar pela Alameda Santa Lucia, a rua do comércio dos moradores. Se não souber exatamente onde quer ir, uma boa opção é pedir para descer na esquina da Poniente, são apenas três quadras até a Plaza Mayor.
Hospedagem em Antigua
Seis meses antes da viagem iniciei a pesquisa de hospedagem para Antigua, e quase tive um piti: muitas das boas opções estavam esgotadas ou tinham tarifas de fim de semana fora da faixa que eu procurava. Entendi que devia me apressar em escolher e reservar.
Todos os dias dava uma olhada, lia resenhas, e minhas dúvidas só aumentavam. Afinal, onde é melhor ficar numa cidade pequena, com várias opções de hospedagem, todas parecidas, com divergências importantes entre os hóspedes? Ah sim, só indo pra entender.
Pense no Centro Histórico de Paraty, com aquelas casas enfileiradas, porta/janela/janela e uma placa discreta Pousada Para TI: são uma ou mais casas unidas que se transformaram. Cada apartamento é de um jeito, tem corredores, varandas, pátios internos, muitas surpresas.
Antigua é assim. No Centro Historico de Paraty cada rua é de um jeito, tem ruas vazias, ruas muvucadas, ruas com bares, restaurantes, comércio; ruas com casas noturnas.
Antigua é assim. Agora vá para um site de busca ler comentários dos hóspedes: cada um ficou numa categoria de apartamento e não fala sobre isso, cada um ficou num quarto diferente (com janela para a rua ou janela interna, ou sem janela alguma), e as experiências do mesmo dia no mesmo hotel são diferentes e antagônicas. Em Antigua é assim .
Nos quatro dias e noites em Antigua, nos hospedamos em dois hotéis.
O primeiro, reservado de sexta a domingo, foi o Hotel Casa Bella. A duas quadras da Plaza Mayor e a poucos metros do Tanque de la Unión (uma praça de tamanho médio usada pelos moradores,) numa rua movimentada mas sem exagero.
O hotel serve ao propósito de dormir, mas não deixa nenhuma recordação. O meu foco era uma hospedagem bem localizada, com tarifa na faixa e ar condicionado; achei uma boa oferta de tarifa pré-paga e finalizei a reserva. O hotel é uma pousada, não um hotel-boutique.
Os apartamentos são pequenos e diferentes uns dos outros, a maioria com pouca ventilação ou luz natural. Mas, tem ‘a’ qualidade: ar-condicionado split novo, algo raro em localização central na cidade. Se precisar do trio tarifa na faixa + localização + ar-condicionado, reserve o apto 1 – chamado Quarto King, com duas camas king size, que tem janela para a rua (os demais são voltados para a varanda comum e com uma micro janela).
O ponto de exclusão foi o banheiro, que além de muito pequeno e sem ventilação natural tinha pontos de mofo ancestral. Este é um exemplo de hospedagem mal escolhida. Se eu tivesse dado atenção ao TripAdvisor (colocação 43 de 80 hotéis) nem teria considerado; mas fiquei focada na história do ar condicionado e achei aceitável a nota 8,8 e o destaque do Booking para a hospedagem.
O Sky Bar e algumas opções de restaurantes e bares movimentados estão a menos de duas quadras, muito conveniente para quem caminhou o dia todo e tem preguiça de pensar no jantar.
O San Rafael foi reservado de segunda para terça e entrou na lista dos lugares mais interessantes e agradáveis que já me hospedei (primeirão no Booking e TripAdvisor); Pense numa casa espanhola com uma grande porta de madeira, janelas das salas para a rua, uma varanda em forma de U voltada para um jardim com uma fonte de água, nada de música ou agitação.
A suíte júnior é enorme com portas duplas, mobília de primeira, roupas de cama e banho cheirosas e macias, banheiro espaçoso com ótimo chuveiro e janelas mais do que suficientes para ventilação.
Os travesseiro? Pensei em trazer pra casa. Uma lareira sugere que faz frio no inverno. Um espaço raro de encontrar (ficou fácil entender por que está sempre esgotado). O hotel tem jeito de pousada, serviço atencioso e com uma localização super privilegiada: a 20 metros da esquina do agito, a poucos passos do Arco (ponto focal da cidade).
O que pode ser visto como defeito é que nenhum apartamento tem ar condicionado, apenas ventilador, que usamos para circular o ar à noite (não há cortinas, todas as janelas possuem tampões de madeira). Este é um exemplo de upgrade que vale muito a pena!
A reserva foi feita para um quarto duplo (tarifa mais em conta); bonito mas claustrofóbico no calor, já que é complicado manter as janelas — sem telas — abertas à noite, pois o hotel fica localizado num corredor de passagem.
São várias opções de café da manhã, escolhidas no cardápio. Tudo é feiro na hora, e é demorado; se tiver pouco tempo encomende na noite anterior. As mesas de café ficam espalhadas na varanda, mas quem quiser pode tomar café na mesa grande da sala de estar. Quando eu for construir uma pousada vou copiar descaradamente o projeto doSan Rafael Hotel de Antigua 😉
Quanto custa a Guatemala?
Os preços das coisas convertendo para reais: o mesmo que Rio/São Paulo para comida em restaurantes; o mesmo que Rio para transporte interno; hotelaria e passeios com preço internacional de países baratos (ótimo custo-benefício).
O preço das coisas em novembro/2016:
- Dólar cambiado no banco de Antigua: US$ 1 = 7,3 quetzales
- Entrada no Museu de Antropologia e Etnologia na Cidade da Guatemala: 60 quetzales (só cash)
- Táxi branco da capital para Antigua numa sexta feira: US$ 35
- Táxi de Antigua para a capital: US$ 45 (negociável com a demanda e dia da semana)
- Van (bem usada) de Antigua para a Capital: US$ 9 por pessoa
- Tuk-tuk dentro da cidade em Antigua: 15 quetzales para duas pessoas
- Só transporte de van, por pessoa ,ida e volta ao lago Atitlán (Pana): US$ 19
- Só transporte de van, por pessoa, ao mirante San Cristóbal: 10 quetzales ida e volta (US$ 1,30)
Último dia na Cidade da Guatemala
Na noite anterior ao retorno das férias nos hospedamos na Zona 10 — ou Zona Viva, como é conhecida por todos. Uma área movimentada, equivalente local aos Jardins em Sampa.
A vantagem de se hospedar nesta área é a possibilidade de ir a pé para jantar em um dos muitos restaurantes do bairro ou do Plaza Fontabella, que costumam ficar abertos até a meia-noite. O retângulo entre Av. Reforma, Sexta Avenida e calles 12 e 15 nos pareceu seguro e com opções diversas de bares, restaurantes e conveniências.
O shopping Oakland Mall também está próximo e é bem movimentado.
O Clarion Suites tem apartamentos muito amplos com vidro em toda a fachada e cortinas black-out sem frestas (a janela tem pequena abertura para ventilação natural).
Não há frigobar, mas em todos os andares tem pequenos pacotes de gelo em saquinhos para servir à vontade; na frente do hotel tem farmácia e lojas de conveniência . Colchão, travesseiros e roupas de cama de ótima qualidade (toalhas de banho cheirosas mas um pouco surradas . Kit café + cafeteira e amenidades de praxe, closet com tábua e ferro de passar e duas TVs tela plana (uma na sala outra no quarto).
Fiquei com a impressão de que a capital da Guatemala tem os maiores quartos de hotel que já vi. Solicite andar alto que tem belas vistas da cidade. As áreas comuns do hotel são movimentadas à noite, e o restaurante onde é servido o café da manhã é especialmente agradável e surpreendente. O trânsfer de/para o aeroporto é cortesia (confira horários). O Clarion Suites é uma boa opção na faixa, com ótima localização na Zona Viva, e a uma curta distancia do aeroporto.
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8 coisas que aprendi pra sempre nesta viagem
- Voos com conexão não são bicho papão SE você aproveitar o tempo de espera para se exercitar, para cacifar uma comida boa, para ler, e principalmente para não reclamar do tempo de espera já previsto
- A localização da hospedagem é determinante (use o Google Maps, com foco nas áreas/ruas marcadas em laranja, que são as ruas comerciais) e, dormir bem é fundamental
- Passar uma noite num destino pouco interessante vale a pena, se usar a manhã seguinte para ver algo que realmente te interessa (faz valer a escala)
- Uma escala na ida, numa cidade que a gente conhece e gosta, faz duas coisas: agiliza a descompressão mental para as férias e estimula a curiosidade pelo que vem pela frente
- Indispensável investir em uma boa refeição todos os dias; um dia inteiro de comida de avião e sanduíche acaba com a energia e o bom humor
- Caminhar é o que mais fazemos ao viajar ; sapatos testados aprovados e usados são o item mais importante do guarda roupa
- Bom humor é fundamental! Surpresas não tão boas passam despercebidas quando a gente deixa-prá-lá e ri da gente mesmo
- Usamos nossa energia, tempo e dinheiro para sermos felizes em nossas viagens. Temos obrigação de fazer isso acontecer; é mais proveitoso deixar pra reclamar e listar defeitos ao voltarmos pra casa.
Tem mais alguma coisa pra acrescentar à lista? Conta pra mim!
Obrigado por mais esse excelente relato, Sylvia! E um abraço no Mario! 🙂
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25 comentários
E na cidade da Guatemala no ultimo dia vc não visitou nenhum, ponto turisico como: Paseo Cayala (shopping a céu aberto), Parque Central, Palacio nacional, Mercado central, la Aurora Zoo
Olá Sylvia. Fui a Guatemala no mês passado e adorei o país. Aproveitei dicas tuas. Estou por contar sobre a viagem, mas estou sem tempo. Temos que divulgar as belezas de Antigua, do lago Atitlan e de outras tantas. Ab. Vera