Eat Drink SF: festa gastronômica das boas em San Francisco
Neste finalzinho de agosto, entre os dias 20 e 23, o Viaje na Viagem esteve no Eat Drink SF, um dos grandes festivais de gastronomia que acontecem anualmente em San Francisco. Festival, não: festa, porque o evento é descontraidão mesmo, com um punhado dos melhores restaurantes da cidade servindo comidinhas gostosas que cabem em uma mordida, muita troca de idéias entre produtores locais, chefs e público, e aulas de coquetelaria, degustação de vinhos e harmonização de cervejas animando ainda mais tudo isso.
Coube a mim a deliciosa tarefa de comparecer aos principais eventos desses 4 dias de festa, começando pelo Taco Knockdown, o evento de abertura — uma disputa pelo título de melhor taco de San Francisco entre 17 chefs no Folsom Street Foundry. Entre as criações mais clássicas, mas não menos cheias de sabor, estava o taco The Triple B, o concorrente pelo food truck Bacon Bacon. O nome de “triplo B” era referência a três cortes de porco (butt, belly, bacon), uma combinação suculenta de carnes sobre uma tortilla de milho muito cheirosa, acompanhada de queso fresco. Das inovações, meu favorito foi o taco à japonesa feito com massa crocante de wonton e recheio de atum. Invenção do Pabu, um elegante izakaya no Financial District que pertence ao catálogo de restaurantes do bem-sucedido chef Michael Mina. Mas foi um taco de inspiração indiana, criação do restaurante DOSA, que levou o troféu do voto popular — apimentado demais para o meu gosto, porém providencialmente harmonizado com uma margarita…
Era uma quinta-feira e o evento fez as vezes de happy hour, com música animada e ótimos coquetéis à base de tequila. E de cara já deu para sacar o tom do Eat Drink SF: com ingresso pago antecipadamente, e que inclui todo o consumo feito dentro do evento, ninguém precisa se preocupar com nada — é circular, pegar sua bebidinha, pegar sua comidinha, jogar conversa fora e repetir a operação. As filas raramente são longas, e não precisar pagar por cada prato, ou comprar ficha para cada drink, é a glória das glórias.
Os chefs também pareciam se divertir bastante com a experiência.
Na sexta-feira à noite, e no sábado, em duas sessões (à tarde e à noite), aconteceram os Grand Tastings, ou grandes degustações — o filé da programação. O espaço que abrigou as três sessões foi o Fort Mason, que é bárbaro: uma antiga base militar transformada em centro de convenções, pertinho de Fisherman’s Wharf e com uma vista linda para a baía. Eu devia ter tirado uma foto caprichada da área externa, mas estava distraída com o que acontecia dentro do pavilhão.
Cada Grand Tasting contava, por sessão, com cerca de 30 restaurantes diferentes. Comandando bancadas distribuídas por dois longos corredores, cada chef oferecia uma amostra dos sabores e idéias de seus cardápios. E ainda havia os produtores de vinho de Napa Valley, as cervejas artesanais do San Francisco Brewers Guild, e mais bourbon Old Forester, gin Hendrick’s e champagne Moët & Chandon. Distrações não faltaram, portanto. Mas acredite: linda vista.
Estavam divinos os figos com ricota e vinagre balsâmico do Scala’s Bistro, um restaurante meio italiano, meio francês, bastante tradicional e turístico em Union Square, e também o choripán do Lolinda, que me fez ir atrás do restaurante alguns dias depois, em Mission District.
Queria também ter ido conhecer o Mochica, um restaurante peruano em Potrero Hill (pertinho da cervejaria Anchor, a marca mais famosa de San Francisco), que no Eat Drink SF serviu um fabuloso seco de res com purê de batata cor-de-rosa — dessas coisas muito simples, mas cheias de sabor, que fazem a gente se encantar com a cozinha peruana sempre.
O que comi de mais diferentão? Sem dúvida, a cuajada do bar de tapas Canela, uma interpretação de uma sobremesa espanhola que ganhou uma versão salgada à base de patê de fígado de pato (não era foie gras, o chef fez questão de dizer), com um falso caviar de rosas e crème fraîche. Você não vai acreditar em mim, mas estava absolutamente delicioso. O restaurante, na Market Street, serve coisinhas menos aventureiras também, como patatas bravas e croquetas de jamón.
Marcas peso-pesado marcaram presença também: os queijos oferecidos pela queridíssima rede de supermercados Whole Foods fizeram o maior sucesso, assim como os chocolates da Ghiradelli, muito oportunos para ajudar na ressaca.
No domingo, encerrando o evento, almoçamos em grande estilo. Muitos restaurantes da cidade ofereceram cardápios especiais de brunch neste dia, em parceria com o Eat Drink SF. Fomos ao Waterbar, um dos restaurantes bonitões do calçadão de Embarcadero, privilegiadamente localizado ao ladinho da Bay Bridge.
Se o meu prato principal não teve nada de demais, a sobremesa foi das melhores coisas que comi em uma semana de viagem: essa torta de pêssego que você vê aí em cima, tão lindona quanto gostosa.
Se você tem planos de visitar San Francisco no próximo ano, fique de olho nas datas da próxima edição do Eat Drink SF. O ingresso para um Grand Tasting não é barato, mas sai pelo preço de um menu degustação no Rio de Janeiro ou São Paulo. Compre antecipadamente online e coloque na cota de um jantar especial de viagem. Certamente será!
Mariana viajou a convite da San Francisco Travel Association.
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3 comentários
Delícia de post. Deu muita saudade de SF.
que delicia…
Adorei o primeiro post Mariana. Aguardando os próximos. Bj