Museu Imperial de Petrópolis: aula de história para pais e filhos
Aproveitei uma ida a Petrópolis, na região serrana do RJ, para um almoço com amigos e fiz uma visita ao Museu Imperial com minha filha Alice, 9 anos. Era a segunda vez que ela ia ao Museu, mas essa foi a que valeu. Na primeira, com quatro anos, ela só curtiu mesmo deslizar de pantufas pelos corredores 🙂
Petrópolis fica a cerca de 1h15 de carro da zona sul do Rio, em dias normais. Em início de feriadão, é certo pegar engarrafamento na subida da serra e também na entrada da cidade. O ideal é ir em finais de semana fora dos feriados ou durante a semana.
Guia completo de Petrópolis
O Museu Imperial, antigo palácio de verão da família imperial, fica no Centro da cidade e tem acesso fácil. A sinalização é farta, tanto indicando os bairros quanto as atrações turísticas, não tem como errar. Se for de carro, procure vaga na praça da Prefeitura, que fica do outro lado da rua do Museu ou na Av. Dom Pedro I, que fica atrás ou ainda em estacionamentos pagos na rua 16 de Março, que fica próxima. Não há estacionamento dentro do complexo que abriga o Museu.
Existem duas entradas para o complexo: um portão menor que dá acesso ao Museu através dos jardins e um maior e mais próximo da bilheteria. Entrando pelo primeiro, perto do qual ficam estacionadas as charretes que oferecem passeios pelo centro histórico, será necessário caminhar até o local da compra de ingressos, que fica junto do outro portão.
Quando chegamos, por volta de 10h30, uma pequena fila já tinha se formado perto da bilheteria. Em poucos minutos já era um fila gigante, afinal era sábado de sol em meio de feriado prolongado. A bilheteria funciona das 11h às 17h30. A visitação ao Museu vai das 11h às 18h. Não há venda de ingressos pela internet (que pena!), mas é possível comprar antecipadamente na bilheteria. Os preços são R$ 10,00 para adultos e R$ 5,00 para crianças maiores de 7 anos e idosos – mais detalhes nesse link. A entrada é gratuita para menores de 7 anos e maiores de 80. Há um ingresso família a R$ 20,00 (duas inteiras e duas meias) que atende, por exemplo, a dois adultos e duas crianças/idosos.
Na entrada do palácio havia outra fila, mas essa andou bem rápido – era para calçar as tradicionais pantufas e receber as orientações básicas: não se pode fotografar no interior do Museu; mochilas e bolsas devem ser deixadas no guarda-volumes; você pode levar o celular, desde que não use para fotografar; se preferir, pode levar sua carteira (uma funcionária distribui sacolinhas de plástico para você carregar a carteira durante a visita).
As pantufas são uma diversão para as crianças – os que ainda são pequenos demais para as explicações históricas vão gostar da brincadeira de arrastar os pés e ajudar a “encerar” o chão.
No prédio principal
(Infelizmente não dá para fotografar…)
A visita ao Museu pode ser longa demais para as crianças, mesmo as mais velhas, e elas certamente não vão prestar atenção em tudo. O circuito acompanha a distribuição da casa e acaba se dividindo em quatro partes. Na ala inferior à direita de quem entra os destaques são a sala de jantar com a mesa arrumada com louças e cristais para uma refeição formal, a sala de música com instrumentos dos quais elas nunca ouviram falar e a sequência de saletas mais escuras onde se encontram, sob focos de iluminação dirigida, a coroa de D. Pedro II, o traje majestático e a pena de ouro com a qual a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Tudo isso impressiona bastante as crianças.
No andar superior, também à direita, a garotada arregala os olhos diante do berço folheado a ouro, usado pelos filhos da Princesa Isabel, e da Sala do Estado (ou sala do trono).
Vale a pena chamar atenção dos pequenos para o gabinete particular de D. Pedro II, que fica quase no final do circuito do andar superior. Lá estão o telefone e a luneta usados pelo Imperador. Nosso último monarca era um geek, gostava de ciência e era early adopter das novidades tecnológicas da sua época (como a fotografia).
Logo após ao gabinete há uma saleta de vidro com reconstituição de uma “sala de banhos”, com objetos de higiene pessoal, incluindo uma cadeira “troninho”, com penico acoplado. As crianças acham muito “esquisito”. Prepare-se para as perguntas “Cadê o banheiro?” e “Não tinha cozinha?” lendo antecipadamente as respostas na seção de FAQs do site do Museu.
Se estiverem cansadas, desperte as crianças com informações “chocantes”: o palácio não tinha nem luz elétrica e nem água encanada. Como pode? Já rende conversa suficiente para descer as escadarias e seguir pela última etapa da visita.
O circuito termina no andar inferior pela ala à esqueda de quem entra. Ali ficam a lojinha do Museu (quem não levou a carteira e quer comprar uma lembrancinha tem que voltar ao guarda-volumes) e salas temáticas. A mais interessante é dedicada à Princesa Isabel e à abolição da escravatura –- estão expostos fotos de escravos, roupas e objetos como algemas de ferro e um tronco. E prepare-se para mais explicações históricas…
Também nessa ala há um quadro com a árvore genealógica da familia imperial, desde D. João VI até os filhos da Princesa Isabel – muito útil para organizar tanta informação na cabeça da garotada.
O anexo
Ao sair do Palácio, não deixe de ir ao anexo onde há uma exposição de veículos antigos – liteiras, carruagens e uma locomotiva.
O destaque é a carruagem cerimonial de D. Pedro II, protegida em uma enorme caixa de madeira e vidro. Nesse ambiente pode-se fotografar à vontade e as crianças tem mais liberdade para andar. Elas vão adorar.
Algumas dicas:
- Para os pequenos que estão mais interessados em correr e brincar do que em ver peças históricas há espaço suficiente nos jardins – e já é um programão.
- O palácio tem elevador interno para quem tem dificuldade de locomoção.
- O complexo do Museu oferece banheiros em uma construção verde que fica à direita de quem olha de frente para o palácio, a uma boa distância da bilheteria. Os banheiros mais próximos estão na cafeteria, uma casinha recuada situada no caminho entre a bilheteria e o palácio. Os clientes não pagam pelo uso do banheiro, mas de quem vai ali só para isso é cobrada uma taxa de R$ 2,00.
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13 comentários
Acabei de voltar de Petrópolis e estou inconformada por não ter feito a visita ao anexo com as carruagens! Eu não percebi nenhuma indicação nesse sentido ao final da visita ao palácio… uma pena…
– Gostei muito da restauração da carruagem de aparato de D.Pedro II. Contudo, não foram recolocados os 4 lampiões das extremidades externas do seu habitáculo. Já estive em visita ao Paço de Petrópolis e, inconformado, questionei a ausência dos lampiões e nada de concreto foi acrescentado. Da mesma forma, as maçanetas de cristal das portas que traziam no fundo o brasão de armas do Império. Por qual razão não se encontram em seus lugares? A pergunta é, onde foram parar?