Cingapura: 48 horas e alguns pitacos
Cheguei na Ásia por Cingapura, nas primeiras horas de uma quarta-feira. Havia saído do Rio de Janeiro no início da tarde de segunda (faça as contas: ponte aérea + vôo São Paulo-Barcelona-Cingapura + acerto de fuso horário). Além do dia da chegada, teria só mais outro por lá; muito pouco tempo para conhecer a cidade e tirar conclusões super conclusivas.
Sorte nossa, o guia definitivo online em português sobre Cingapura já foi escrito — o Guia de Cingapura, impecável trabalho do Rodrigo Purisch e do Tony Gálvez, com todas as informações práticas que um turista pode precisar. Se você estiver planejando uma viagem a Cingapura, salve já nos favoritos.
Aproveite também o extenso arquivo sobre Cingapura do MauOscar — o Mauricio e o Oscar moraram lá, fizeram resenhas completas sobre as principais atrações e sacam tudo sobre Cingapura. No relato a seguir, contribuo com minhas impressões e alguns pitacos.
A Ásia dá boas-vindas
O Comandante bem dizia que começar uma viagem à Ásia por Cingapura é uma ótima jogada. Existem algumas razões práticas para isso. Primeiro, porque Cingapura é um hub importante. Com um bom agente de viagens, ou investindo algum tempo em pesquisa, você consegue desenhar um roteiro esperto à base de stopovers, incorporando três destinos em um só ticket (tudo explicadinho no Guia de Cingapura).
Low-costs fazem a ligação sem escalas entre Cingapura e outros pontos do sudeste asiático (como Ho Chi Minh, Bali, Kuala Lumpur, Bangkok). De lá também saem vôos diretos para muitos destinos da Ásia oriental (Xangai, Pequim, Tóquio, Hong Kong, Seul são alguns deles). As possibilidades de roteiro são várias.
O aeroporto de Cingapura, Changi, é um espetáculo, e você pode contar com ônibus, metrô ou táxi para chegar com facilidade ao seu hotel.
Segundo, pelo pout-pourri de culturas. Tem um pouquinho de Índia ali na Little India, um pouquinho do oriente médio no Arab Quarter, e mais um tanto de China na Chinatown (onde tive a sorte de assistir uma emocionante cerimônia budista no templo Buddha Tooth Relic).
É uma introdução simpática e sucinta a um continente tão grande e diverso — facilitada pelo fato de o inglês ser língua oficial em Cingapura. Você tem oportunidade de conversar com pessoas de muitas origens diferentes, que morem ali ou que estejam, como você, só de passagem. (Encontrar alguém nascido e criado em Cingapura, inclusive, foi tarefa das mais difíceis nesses dois dias.)
A melhor representação disso era o café da manhã do hotel. Sushi, dumpling, poori, bread pudding, croissant e salmão defumado em uma volta ao mundo sem sair do buffet.
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Por falar nisso, o hotel
Foram dois dias hospedada no Marina Bay Sands, o hotel inaugurado em 2010 que inventou para Cingapura um novo cartão-postal. A cidade que antes era apenas a introdução mais segura a três culturas ancestrais, de repente passou a oferecer também uma imagem condizente com a sua condição de país moderno, com renda per capita de Primeiro Mundo.
É lá, no 57º andar do Marina Bay Sands, que se esparrama uma das piscinas mais espetaculares de que se têm notícia. São 150 metros de largura e uma vertiginosa borda infinita debruçada no skyline da cidade, que fica até um pouco tímido quando visto daquelas alturas.
E a piscina é tudo isso, mesmo. Desde cedo tem gente dando suas braçadas, e no fim da tarde, ferve. Funciona de 6h às 23h, só para hóspedes.
Visitantes podem aproveitar a vista, subindo para tomar drinks ou jantar lá em cima, ou comprando ingresso para o imenso deck de observação (custa 20 Singapore dollars, em torno de US$ 16).
O Ricardo Freire pode ser uma viúva eterna do Raffles, mas, cá pra nós: indo até Cingapura, eu não perderia a oportunidade de dormir ao menos uma noite no Marina Bay Sands. Não é barato — a diária fica na casa dos 700 reais, embora eu tenha encontrado tarifas por R$ 585, para julho, no Booking. Mas é um agrado que você merece depois de tantas horas de avião.
O meu quarto era um premier room, no 44º andar, de frente para a Marina Bay, a baía que batiza o hotel. O premier é o segundo quarto na escala de conforto; o mais simples se chama deluxe.
Muito espaçoso e bem decorado, com cama king size, sofá e uma ótima estação de trabalho. O banheiro era excelente, com um box gigantesco e banheira para relaxar. Só me incomodou não haver nenhuma janela no quarto que pudesse ser aberta, para dar uma ventilada. Se bem que, com o calor que eu peguei, uma janela não serviria de muita coisa.
Fiquei feliz de ter encontrado um hotel menos extravagante do que eu supunha, e que, apesar do tamanho (são mais de 2500 quartos), não exige do hóspede longas caminhadas de um lado para o outro.
Além da famosa piscina, o complexo do Marina Bay Sands abriga um shopping, um teatro, um museu e um cassino bacana, onde deixei 30 Singapore dollars num caça-níquel do Queen (era difícil parar; o Freddie Mercury cantava altos sucessos entre uma aposta e outra). Com apenas dois cassinos, Cingapura não fica muito atrás de Las Vegas na renda gerada por apostas.
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Minha atração favorita
Ligado ao Marina Bay Sands por uma passarela, o Gardens by the Bay foi o que eu vi de mais impressionante em meu curto tempo em Cingapura. É um enorme jardim futurista, onde foram construídas árvores de aço e concreto de 25 a 50 metros de altura, com troncos entremeados por orquídeas, samambaias, bromélias e outras espécies.
Achei o máximo que o parque fica aberto quase o dia inteiro, de 5 da manhã às 2 da madrugada. À noite, as árvores se iluminam e são um outro espetáculo. Boa parte do parque tem visitação gratuita. As atrações pagas são duas grandes estufas, com flores e plantas de mil e uma origens, e uma passarela suspensa por onde se caminha entre as Supertrees. Infelizmente não tive tempo de visitar. Uma pena. 48 horas passam rápido demais.
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Gardens by the Bay no Guia de Cingapura
Mariana viajou a convite do Hong Kong Tourism Board e da Edelman Significa.
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10 comentários
Trago notícias de 2023/2024: uma diária no Marina Bay Sands agora custa quase 3000 reais (580 dólares) haha
Eita, Diego! Não vale não rs!
Mas achar hotéis bons e baratos em Cingapura não está tão simples – acho que vou arriscar uma diária em janeiro.
Olá, Diego! Se faz questão da experiência, vale a pena sim. Mas dê uma olhadinha no preço do Raffles – é o Copacabana Palace da Ásia (o hotel em que o protagonista se hospeda em Filthy Rich Asians).
Fiz uma reserva agora para abril de 2024. R$ 3.500,00 (com os impostos e taxas)
Excelente esse guia de Cingapura disponibilizado!
Acertou mesmo quando disse que 2 dias não foram suficientes quando foi visitar Cingapura para apanhar um sentido do que o país é. Não consigo perceber porquê tanta gente acha que Cingapura é um país em que não vale a pena passar muito tempo. Fui para lá por 7 noites em fevereiro deste ano e achei maravilhoso. Eu poderia viver por lá muito facilmente. De facto, vou fazer uma escala de 4 noites em duas semanas para começar a minha grande viagem de 4 semanas para a Europa. Tenho muitas saudades do sítio.
Em 2017 a média da diária do Marina é de 1.500 reais, aff :/
Amo Cingapura ! Se não fosse tão longe estaria lá ! Saudades
Em 48hs dá para dar um pulo na Haji Lane, uma ruela cheia de lojinhas descoladas, bares e restaurantes aconchegantes. Como fica no meio do Arab Quarter, ainda dá para dar uma olhada no bairro!