Dubai: Burj Khalifa e as mil e uma extravagâncias
Era uma vez um emirado árabe que, vendo que seu petróleo ia terminar logo, resolveu valorizar o metro quadrado de areia do deserto. Nascia o mais ambicioso projeto de especulação imobiliária da história do planeta: Dubai.
Sabe-se que a crise financeira de 2008 fez muitos investimentos na areia virarem — perdão — pó. Mas o visitante não percebe nada disso. Do rés do chão não dá para distinguir andares ocupados de andares vazios. E o próprio estilo local de construção, em que o acabamento externo é posto enquanto a obra ainda está subindo, faz com que à primeira vista muitos prédios inacabados pareçam prontos.
O maior exemplo das aparências que enganam é o edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa. Dizem que, um ano depois da inauguração, continua vastamente desocupado. Mas não importa. O prédio cumpre esplendidamente a sua função de monumento máximo à grandiloqüência dos faraós modernos de Dubai.
Com 828 metros de altura (imagine! quase um quilômetro!), de perto o prédio não cabe numa foto só. A Wikipedia lista 15 récordes mundiais batidos pelo edifício: entre eles, os de maior número de andares (160), mais alto mirante ao ar livre do mundo (a 452 metros, no 124º andar), mais alta mesquita do planeta (no 158º), a boate mais alta da Terra (no 144º) e o elevador mais rápido jamais instalado (64 km/h).
Um récorde não-registrado pelos wikis é o da mudança de nome. Durante os seis anos de construção o edifício foi conhecido como Burj Dubai. Mas durante o discurso de inauguração — ou seja, no momento zero da vida do edifício — seu nome foi trocado para Burj Khalifa, num agradecimento velado aos US$ 20 bilhões de ajuda do emir de Abu Dhabi, o sheikh Khalifa bin Zayed Al-Nayhan às combalidas finanças de Dubai (uma parte deste dinheiro foi usada para concluir a obra). A mudança de nome mais rápida da história, com certeza.
O prédio tem uso misto, comercial e residencial — é o primeiro edifício mais alto do mundo onde se pode morar. Alguns desses apartamentos ficam entre os andares 19 e 37 e são flats: as Armani Residences, com serviço do Armani Hotel. As outras áreas residenciais ficam entre os andares 44-72 e 77-108. O Armani Hotel, o único a funcionar no Burj Khalifa, já abriu, e ocupa os andares mais baixos — do 1º ao 8º, com as suítes mais caras localizadas nos andares 38 e 39.
Para visitar o prédio mais alto do mundo é preciso ir ao maior shopping do planeta (em área construída, não em área de vendas), o Dubai Mall. Mas em vez de subir, primeiro você tem que descer: a entrada da visita é pelo andar LG (“lower ground”, ou térreo inferior). O observatório se chama At the Top. Para subir com hora marcada, preços a partir de 125 dirhams (cerca de 128 reais, em março de 2016). Querendo subir imediatamente, o preço sobe para 300 dirhams (308 reais, em março de 2016). É possível comprar online no site do prédio (clique aqui).
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Aos pés do Burj Khalifa, o Dubai Mall foi uma gratíssima surpresa para mim. Apesar dos excessos (de tamanho, de atrações), o lugar não cai em nenhum momento no mau gosto comum a shopping centers (e também ao novo-riquismo árabe). E apesar de sempre estar lotado de gente, não é um shopping popular. Para fazer compras, você vai gostar mais do Mall of the Emirates; mas para passear e namorar vitrine, o Dubai Mall agrada até a um shoppingfóbico como eu.
Além de grifes e mais grifes e mais grifes, o Dubai Mall tem o Dubai Aquarium (com um tanque gigante à vista de quem passa pelo corredor), a SEGA Republic e a Kidzania, dois parques temáticos indoors e o Dubai Ice Rink, um ringue de patinação no gelo.
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Mas a maior atração do Dubai Mall é grátis: a Dubain Fountain, instalada num lago artificial de 12 hectares, onde de meia em meia hora acontecem shows de águas dançantes criados e operados pela mesma companhia responsável pelas águas dançantes do hotel Bellagio de Las Vegas. Os números duram 4 minutos e acontecem a cada meia hora, entre as 18h e as 22h (até as 23h às sextas e sábados).
Na outra margem do lago fica o Soukh Al-Bahar, um shopping estilo bazar que é uma versão bastante menos graciosa do soukh do Madinat Jumeirah.
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Recomendo ficar para jantar: nas duas margens há restaurantes com mesas ao ar livre e vista para a fonte. A área do Dubai Mall, chamada Promenade, tem a maior variedade; jantamos dim sum no Ping Pong. Mas me arrependi de não ter conferido o Karam Beirut.
Além do Armani Hotel, existem mais três hotéis no complexo (que, por sinal, atende pelo nome Downtown Dubai). O mais simplezinho é o The Address Dubai Mall, com entrada pelo shopping; o mais charmoso é o The Palace Downtown, anexo ao soukh, construído em estilo árabe; e o mais moderno é o The Address Downtown Dubai, que ocupa um prédio de 68 metros também à beira do lago.
Downtown Dubai deve ter esse nome porque fica mais perto do centro antigo do que dos bairros mais novos. Conte em gastar, de táxi, uns 50 dirhams (52 reais) desde a Dubai Marina, ou 30 dirhams (31 reais) vindo de Jumeirah. Se estiver na região do Mall of the Emirates, pode vir de metrô; há um ônibus que leva da estação Dubai Mall ao shopping.
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50 comentários
Gostaria de informações de um pacote de viagem e preços,forma de pagamento,pra DUBAI,dois adultos,saindo de macapá,no mês de agosto,incluindo no pacote,visita no maior edifício do mundo(BURJ KHALIFA),maior shopping do mundo .
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