Entrando na Europa: como é a imigração em Madri Barajas
A partir do finzinho de março de 2011 o Brasil terá dois vôos diretos a Barcelona, ambos saindo de São Paulo: um pela Iberia e outro pela Singapore. Eu ia fazer um post metido a engraçadinho, insinuando se a imigração em Barcelona seria mais amistosa do que a de Madri, quando tive uma idéia muito mais útil: perguntar a vocês que chegaram por Barajas como foi a passagem pela imigração.
Como se sabe, o aeroporto de Madri é o campeão em repatriamento de brasileiros. As maiores vítimas são jovens, maiores candidatos à imigração ilegal e à prostituição. As deportações mais escabrosas costumam ser de estudantes e de artistas que viajam para apresentações.
As exigências da imigração para admissão de turistas compreendem 1) passagem de volta; 2) hotéis reservados (ou carta-convite de quem vai hospedar você); 3) seguro-saúde de 30.000 euros válido para o Espaço Schengen; 4) comprovação de 60 euros por pessoa por dia de permanência.
(Muitos entendem esses 60 euros ao pé da letra, como dinheiro vivo; eu entendo que um extrato do dia anterior do seu Visa Travel Money e dos cartões de crédito com os limites de gastos são suficientes.)
O problema é que, mesmo com tudo em cima, se o guardinha não for com a sua cara, babau. Naquele momento ele é a lei; admite e repatria quem ele quiser, sem direito a apelação.
A gente só fica sabendo dos casos mais injustos de deportação. Mas como há quatro vôos diários do Brasil para Madri (cinco, nos dias que a Air Europa opera desde Salvador), é de se supor que a maioria passe ilesa.
Então: conte pra gente como foi a sua passada pela temível imigração de Barajas. Pediram para ver seus comprovantes? Você precisou mostrar dinheiro vivo? Viu alguém ser barrado?
A caixa de comentários é toda ouvidos.
894 comentários
Todo mundo que me visita aqui vem sem problemas por Madrid… mesmo sem a carta convite que, que me desculpe a expressao, eh um porre de se fazer…
Em julho de 2009 entrei na UE por Madrid, a caminho da Alemanha, sozinha, morrendo de medo de ser barrada, mas a unica coisa que me perguntaram era se eu estava de férias. Carimbaram meu passaporte sem conferir os comprovantes e pronto… liberada… acho q é uma loteria…
Já entrei na Europa por Madrid 2 vezes.
A primeira foi no comecinho de 2009, bem quando ocorreu o ba-fá-fá de devolução de brasileiros. Apesar de ser novinha (faixa etária de risco) e meu passaporte não ter muitos carimbos na época, entrei sem precisar mostrar um único documento, nem mesmo comprovante de hospedagem. Foi tudo mt, mt tranqüilo, e a guarda foi super simpática. A segunda foi em setembro deste ano. O guarda só exigiu o bilhete do vôo de conexão e endereço na cidade de destino (Paris). Demorou bastante olhando pro computador, e também pro vácuo (!), e depois bateu o carimbo sem maiores problemas. O país da Europa onde passei por “interrogatórios” mais detalhados foi Portugal (tanto em Porto como em Lisboa). Mas nunca rolou nenhum stress.
Nunca tive problemas pra entrar nem pra sair da Espanha (mas meu caso eh diferente pois não viajo com passaporte Brasileiro), mas já viajei de Londres pro Brasil via Madrid de Iberia (pior voo EVER diga-se de passagem!!) e grande parte dos passajeiros no avião eram Brasileiros sendo deportados!!
Fiquei escandalizada com a brutalidade que os guardas estavam tratando alguns dos deportados (uma das garotas chegou a ser amardacada com Silver tape e amarrada na poltrona!! Fiquei MUITO chocada com a falta de despeito!!) e quando questionado o guardinha disse que eles já estavam acostumados a deportar Brasileiros e são os que mais dão trabalho (?!?), e os que mais são deportados também!
Foi uma tristeza assistir aquela cena, e igualmente triste ver o grupo de deportados sendo registrados pela policia federal na entrada do aeroporto do Rio…
Entrei em 2007, de mochilão, eu e 3 amigos. Todos jovens e inclusive um deles negro (gente, não estou sendo preonceituoso, mas todo mundo sabe que muitas vezes as “otoridades” são) e que já tinha tido o canivete barrado (esqueceu na mochila de mão – tsc, tsc). E… nada. Perguntas normais, onde vai ficar, endereço e pronto.
Mas na nossa frente, uma brasileira estava de óculos escuros, mostrou o passaporte e o agente pediu para ela tirar os óculos para comparar com a foto. Como “óculos” não se aplica no portuñol (gafas), ela não entendeu e tomou-lhe um passa fora do sujeito.
Fui em setembro de 2006, começando por Madri. Sou portuguesa de nascimento, mas tenho dupla nacionalidade, pois meu pai é brasileiro. Assim, viajo com dois passaportes: saio do Brasil com o brasileiro e entro no resto do mundo com o português. Meu marido é brasileiro, então, qdo chegamos em Madri, passei rapidinho na fila destinada à Comunidade Europeia, enquanto ele ficou “mofando” na fila dos brasileiros. Entreguei o passaporte dele e combinei de nos encontrarmos junto à esteira da bagagem. As malas chegaram todas e nada do meu marido chegar. De repente, uma agente espanhola começou a chamar o meu nome: na pressa, eu tinha entregue o MEU passaporte brasileiro pro meu marido e fiquei com o dele. A agente da imigração gentilmente foi me procurar, pegou o passaporte do meu marido e então ele entrou no pais sem problemas.É verdade q isso foi antes dos problemas com os brasileiros começarem, mas achei inacreditável (e aprendi a lição: agora espero sempre ele)
Eu e minha mulher entramos por barajas em setembro de 2010. Levei tudo: passagens, reservas de hotel, extrato dos cartões e ate contra-cheque mas… Os caras nem olharam pra mim. Deram um bom dia, perguntaram o motivo da viagem e carimbaram o passaporte, super tranquilo.
Eu e minha esposa entramos em Madrid sem problema algum em abril deste ano. Só perguntaram qual seria o próximo destino.
[]s,
Entrei por Madri em janeiro de 2009, bem na época que tinham deportado vários. Para mim, só perguntaram para onde eu iria, além de Madri, e o namorado passou direto. Acho que tem a ver com perfil mesmo, com idade e com o jeito de se vestir, etc.
Nós ficamos brincando durante o voo, para ver quais passageiros tinham mais cara de serem barrados. Eu tinha toda documentação, tudo certinho, mas sei que tem uns casos que eles pediram reserva de hotel paga, o que não é muito comum para quem viaja avulso.
Entrei por Madrid em 2007. Levei tudo que você sugeriu mas não me pediram nada. Só carimbaram o passaporte e deram boas vindas. Também não vi ninguém tendo problemas.
Em Londres em 2008 foram um pouco mais chatos. Mas nada além daquelas perguntas básicas, quanto tempo vai ficar, se é a primeira vez e pediram pra ver a passagem de volta.