Aeroporto Changi, Cingapura: 6 dicas para os aeroportos do Brasil
Não tenho, felizmente, a ilusão de achar que tudo que é bom vem ou está “no estrangeiro”. Mas foi inevitável o desolamento ao lembrar do Galeão enquanto circulava pelo aeroporto Changi, em Cingapura.
Changi (diga: Tchãn-ií) é consistentemente eleito como um dos melhores aeroportos do mundo. Entre os primeiros, é o mais premiado. Acaba de levar para Cingapura o título de Aeroporto do Ano, concedido pelo World Airport Awards do Skytrax (onde quem vota são os passageiros).
Segundo o site oficial do Changi, 420 prêmios reconhecem a qualidade de seus serviços e operações. Está entre os 20 aeroportos que recebem mais tráfego de passageiros, e é um importante hub para quem visita o Sudeste Asiático.
Passei por lá três vezes nos últimos dias. Desembarquei, embarquei e fiz conexão. Revivi o entusiasmo de estar em um saguão de aeroporto, há longo tempo perdido pelas filas, atrasos, serviços escassos e pães de queijo a preço de ouro entre o Galeão e o Santos Dumont. Aproveitei para fazer uma lista de 6 idéias que nossos aeroportos poderiam trazer de lá pra cá, para tornar mais fácil e prazerosa a experiência dos viajantes.
1. Internet gratuita
Encontrei wi-fi liberado em todas as áreas que testei, e isso faz uma falta danada nos aeroportos brasileiros. Changi tem também estações com computadores livres para uso, conectados à Internet, o que é muito simpático e bem-vindo. As estações estavam cheias. Testei ainda os monitores em que você pode tirar fotos e mandar postais virtuais para seus amigos, diretamente de Cingapura.
2. Menos filas
Posso ter dado sorte, mas enfrentei pouca ou nenhuma fila para raio-x e imigração. A solução para o raio-x, por sinal, é excelente: a bagagem só é vistoriada ao chegar no portão de embarque. Em vez de aguardar em uma fila com todos os passageiros de todos os vôos, esperei minha vez apenas entre as pessoas que viajariam no mesmo avião. Ou teria esperado, já que, quando passei, não havia ninguém na frente.
Para entrar em Cingapura, os procedimentos são muito simples. Você entrega o passaporte junto ao formulário de imigração preenchido, e pronto. O agente não faz perguntas, e carimba o passaporte com o visto que permite até 30 dias de permanência. É pá-pum. Meu certificado de vacinação contra febre amarela nem foi conferido (mas é preciso ter).
Quem é cidadão de Cingapura ou residente permanente pode usar máquinas de autoatendimento para controle de passaporte. Rapidíssimo, passaporte e impressão digital são escaneados pelo próprio passageiro.
3. Transporte interno nota 10
O Skytrain é um trenzinho que conecta os três terminais de Changi. Cada terminal tem duas estações, e o trem passa em intervalos de 1 a 3 minutos. É muito conveniente para quem vai fazer conexões entre companhias aéreas diferentes, ou para quem quer passear pelo aeroporto enquanto espera o vôo.
Changi é um aeroporto bastante grande, o que torna este serviço indispensável. Mas quem já precisou ir de um terminal a outro em Guarulhos ou no Galeão sabe como fazem falta algumas esteiras rolantes, ao menos.
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4. Mais paisagismo
Changi é um aeroporto muito bonito. No desembarque, um jardim suspenso dá as boas-vindas. Em cada terminal há áreas com flores e plantas — são jardins de girassóis, de cactus, de orquídeas.
Visitei o pequeno borboletário — um encanto. Ter borboletas pousando na minha mão era uma experiência que eu não esperava ter logo antes de pegar um vôo.
Lamentei não ter visto a Kinetic Rain, uma enorme escultura de gotas metálicas que se movimenta, formando desenhos. É a maior escultura cinética do mundo, e uma das principais atrações de Changi. Está no Terminal 1. Vai ter que ficar para a próxima.
5. Entretenimento (grátis!) e compras
Ter uma conexão longa pela frente é sempre chato. Bem, quase sempre. O aeroporto oferece um punhado de diversões gratuitas. Tem TV, cinema, parquinho para crianças, Xbox 360 e Playstation 3. Tours grátis de duas horas por Cingapura são oferecidos diariamente em 4 horários, para quem tiver 5 horas ou mais de intervalo entre vôos.
A lista de lojas não é nada tímida. Adidas, Victoria’s Secret, M.A.C., Lacoste e Samsonite estão lá, assim como os medalhões Gucci, Prada, Hermès, Burberry e Miu Miu. A DFS Liquor & Tobacco tem vários estandes para demonstrações de coquetelaria. Se bebericar também faz passar o tempo, por que não…
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6. Conforto, alimentação e comodidade
Changi tem cadeiras massageadoras de uso gratuito e áreas tranqüilas para descansar, com espreguiçadeiras. Há lounges pagos com spa e cabines para soneca. Foi eleito por voto popular como o melhor aeroporto do mundo para dormir, no ano passado, pelo site Sleeping in Airports. Pela mesma votação, o Galeão aparece em 2º lugar, e Guarulhos, em 10º — como piores aeroportos para dormir nas Américas do Sul, Central e Caribe. O Galeão só ganha do aeroporto de Caracas…
As opções de alimentação são várias: cafés, fast food, restaurantes, tanto ocidentais quanto orientais. Recomendo passar na padaria Bengawan Solo para provar o pandan cake, de massa fofíssima e verde, feito a partir de folhas de pândano (joga no Google! :mrgreen:). Uma delícia. Foi em Changi que experimentei pela primeira vez o bakkwa, uns quadradinhos de carne seca meio doces, meio salgados.
Quem tiver tempo de passear, pode deixar a bagagem em lockers pagos que funcionam 24 horas em todos os terminais.
Para quem viaja em família, em Changi há fraldários espaçosos, separados dos banheiros, com água quente e fraldas para venda.
Turistas podem contar com os centros de informação para visitantes nas áreas de desembarque dos três terminais.
Não seria nada mau ter aeroportos um pouquinho mais “Changi” por aqui, né?
Mariana viajou a convite do Hong Kong Tourism Board e da Edelman Significa.
(Transcrito manualmente de um post publicado em maio de 2013. Pedimos desculpas pelos comentários que não puderam ser transferidos)
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1 comentário
Posso atestar que Changi é um dos melhores aeroportos do mundo. Sem filas, onde tudo funciona. Nem parece aeroporto. Estive por 20 dias em Cingapura e era um prazer ir lá esperar alguns colegas de trabalho que chegavam dias depois. Nunca tive este sentimento em outro aeroporto do mundo