Buenos Aires: a milonga de La Glorieta, em Belgrano 1

Buenos Aires: a milonga de La Glorieta, em Belgrano

Com raras exceções (como esta), show de tango em Buenos Aires é supercaro — e também superturístico. Quer ver o tango dançado na vida real? Então vá a uma milonga — baile de tango freqüentado por argentinos de carne e osso, não bailarinos profissionais.

Glorieta de Belgrano

Cada milonga tem seus dias específicos. Toda noite (e também à tarde, na Confitería Ideal) é possível encontrar alguma milonga em Buenos Aires. Para entrar, paga-se pouco. Não espere nada superproduzido: muitas se realizam em clubes de bairro (como a La Viruta de Palermo Soho).

La Glorieta de Belgrano

Pois esta aqui é grátis. Seguindo a dica da Gisele Teixeira, do excelente Aquí me quedo, uma caravana de #vibanas foi conferir La Glorieta, uma milonga que acontece num coreto (glorieta, em espanhol) da praça de Barrancas de Belgrano, todo sábado e domingo à noite.

La Glorieta de Belgrano

Quer saber? Acho que não deve haver melhor iniciação à milonga do que esta.

La Glorieta de Belgrano

Para começar, o cenário não podia ser mais bonito, com ar interiorano em plena Buenos Aires.

O horário também ajuda: a milonga começa às oito, bem mais cedo do que as outras (com exceção da Confitería Ideal, que funciona à tarde, nas outras não acontece nada antes das 11 da noite).

Tradições gaúchas

La Glorieta de Belgrano

Querendo aprender, basta chegar mais cedo, às 6 da tarde, e usar os serviços dos instrutores — que, segundo a Gisele, passam o chapéu ao fim da clase para recolher o que os alunos acharem justo pagar.

La Glorieta de Belgrano

O povo é animadíssimo, e praticamente não sai da pista. Há tangueros de todos os níveis, dos basiquinhos aos mais rebuscados. A sensação é a de estar num rinque de patinação — com a diferença que, se você for mulher e estiver parada junto à grade, poderá ser convidada a dançar por um dos gardelóns que ficam dando voltas em torno da pista. (Várias de nossas #vibanas rodopiaram pelo salão.)

La Glorieta de Belgrano

Uma outra vantagem da milonga de La Glorieta é que o passeio pode (deve!) ser combinado com uma passada na calle Arribeños, a Chinatown porteña, que fica do ladinho, praticamente atravessando a rua. Indo antes você pode comprar quinquilharias chinesas; e no pós-milonga você pode jantar num dos muitos restaurantes da rua — como o tailandês Lotus Neo Thai e os chineses Palitos e Apu.

Receba a Newsletter do VNV

Serviço gratuito

    Leia mais:

    Comentários

    Manoel Carlos Fernandes
    Responder

    olá, alguém saberia dizer se o Centro cultural borges continua apresentando o show “bien de tango” ?

    Carla Barela
    Responder

    Pessoal, segui a dica e fui na Milonga!
    Experiência única, vale muito a pena. É de sentir-se um portenho!

    Brunna
    Responder

    Obrigada pela dica, estava procurando por algo assim, “local”
    Vou conferir hoje e depois comento 😉

    gisele teixeira
    Responder

    Gente, aqui tem uma lista de lugares para dançar ao ao livre que publiquei na coluna quinzenal que tenho num blog de Buenos Aires. ESpero que vcs gostem!

    https://bsas4u.com/blog/pt/2013/09/tango-em-buenos-aires-lugares-para-dancar-ao-ar-livre.html

    marcio aronovich
    Responder

    Estou indo para Buenos aires 29 de Agosto e gostaria de saber com aquirir ingressos para ver os irmãos Godoy? no Clube la Viruta , um espetáculo de tango chamado Chantecler?

    gisele teixeira
    Responder

    Sobre o tema “saber” e “nao saber” dancar tango, gostaria de fazer um esclarecimento.

    Algumas milongas são mais abertas a receber iniciantes, mas nem todas, e é preciso ter isso em conta. Busquem sempre lugares que ofereçam práticas antes.

    É interessante que o tango seja dançado cada vez por mais pessoas, o que não quer dizer que o melhor momento de aprender seja a pista. Em lugares muito clássicos, melhor apenas observar.

    Para ter em conta:

    Chama-se ronda o movimento que acontece na volta do salão e tem um sentido anti-horário, ou seja, os bailarinos vão percorrendo a pista na direção contrária das agulhas do relógio.

    Os melhores buscam bailar na beirada da pista, entre as mesas e o salão, pois este lugar permite um fluxo mais livre para o baile. Geralmente quem baila no meio é principiante ou está interessado em passar mais despercebido. Por isso o centro é mais contido e é maior a possibilidade de chocar com outro casal.

    Nunca deve haver “ultrapassagens”. Como esta é uma dança social, é preciso adaptar a velocidade e a direção do baile de acordo com as outras “parejas”. Não é uma regra: mas o salão não é lugar mais adequado para treinar passos novos nem executar figuras que não se domina, exatamente para não trancar o fluxo.

    E bom baile!

    Atenção: Os comentários são moderados. Relatos e opiniões serão publicados se aprovados. Perguntas serão selecionadas para publicação e resposta. Entenda os critérios clicando aqui.

    Assine a newsletter
    e imprima o conteúdo

    Serviço gratuito