Cansado de San Telmo? Vá a Mataderos! (com vídeo)
Acho a feira de San Telmo um barato — não só pelo que se vende nas barraquinhas, mas pelo ambiente: o tango da rua, os bares do entorno, os esquisitões fantasiados que posam para fotos… É um programa turistaço, mas divertido.
O problema é que, depois de ir cinco ou seis vezes, você pode acabar desenvolvendo uma alergia de proporções caminíticas a San Telmo. Por isso, quando a Carmem e a Ana Maria nos convidaram para uma aventura pela Feria de Mataderos, topamos na hora.
O lugar é longe. Fica na periferia oeste de Buenos Aires, bem pra lá de San Telmo. O Google Maps diz que está a 18 km de Palermo Soho, onde todos estávamos hospedados. A viagem dura meia hora no trânsito livre da manhã de domingo. E não achamos a corrida cara, não: deu 60 pesos (28 reais, a 2,2 pesos por real) em cada sentido.
O táxi nos deixou na extremidade mais pobrezinha da feira. A gente estava preparado para uma experiência antropológica, mas naquele comecinho de feira ficamos com medo de ter perdido a viagem.
Que nada. Bastou chegar ao centro dos acontecimentos, no palco montado em frente à avenida de los Corrales, para ter certeza de que o passeio supervalia a pena.
Mataderos é uma feira de migrantes que celebra as tradições gaúchas. Seria o equivalente portenho à feira de São Cristóvão carioca ou à feira Kantuta em São Paulo. Não há tango. O único vestígio da Buenos Aires tanguera está na esquina da Corrales com a Timoteo Gordillo, onde há uma casa de tango modestíssima, a Catedral del Tango — mas que na hora da feira funciona apenas como churrascaria.
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No lugar de Gardel, chacarera, zamba, chamamé e outros ritmos gauchescos e andinos, tocados nos alto-falantes ou por bandas ao vivo, e dançados na rua por gaúchos e prendas, alguns vestidos a caráter, outros à paisana.
Confere só no vídeo feito pela Ana Maria (obrigado, Ana!).
Patrícios gaúchos e moradores da região que eu chamo de Rio Grande do Oeste (esta tripa que acompanha a fronteira do Brasil do oeste de Santa Catarina a Rondônia) vão ter a impressão de estar num CTG ao ar livre.
A feira começa às 11h. Chegue lá pelo meio-dia e aproveite para fazer uma boquinha. Os mais corajosos, feito eu, não resistirão ao choripán (pão com lingüiça) ou vaciopán (pão com vazio da costela) feitos nesta grelha aí. Quem quiser ter uma história para contar a vida inteira pode provar o tatu assado (ou simplesmente tirar uma foto, como eu fiz). Estômagos mais sensíveis ficarão contentes com as empanadas (fritas, como nossos pastéis) ou com a humita, um parente adocicado da nossa pamonha.
Mala de bordo nas medidas certas
De sobremesa você pode percorrer as barraquinhas de artesanato, que vendem indumentária e apetrechos gauchescos.
A Feria de Mataderos acontece todo domingo, das 11h às 18h, e é uma grande pedida para quem já se cansou de San Telmo e gosta de um turismo com um pezinho na antropologia 😀
Leia mais:
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Comentários
Amo essa feira!!! Toda vez a que vou a BSAS, apareço por lá. Amanhã, por exemplo! Comida boa, produtos ótimos e o melhor: dançar na rua com um monte de gente. Quem tiver a oportunidade, não perca!
Gostaria de informações a respeito do valor do ingresso para o show de Tango no Teatro Cólon? Obrigada!
Olá, Maria da Gloria! Não sabemos desse show não.
Veja nossa página sobre Tango em Buenos Aires:
https://www.viajenaviagem.com/destino/buenos-aires/tango/
Alguém que tenha ido recentemente, poderia informar se a feira está funcionando? As últimas informações da página, no Facebook, são de Dez/2021.
Pelo o que entendi a feira funciona de março a dezembro (não acontece no verão). Acabei de ver no instagram de turismo de buenos aires que a feira está de volta.
Tentamos ir à feira e estava fechada (29/12). Mesmo no site do governo de Buenos Aires constava que a feira estaria aberta de março a dezembro, mas não estava no final de ano. Melhor atentar se estará aberta, porque é longe para perder a viagem.