Inhotim, o melhor passeio que você ainda não fez
Texto de setembro de 2010. Preços atualizados em outubro de 2014. Para o guia mais atual de Inhotim, clique aqui.
O que há de novo para dizer sobre Inhotim que ninguém tenha dito antes? Ainda estou para ler algum relato sóbrio — que dirá decepcionado. A reação parece ser uma só: visitou, deslumbrou. Todo mundo vai com expectativas altíssimas criadas por visitantes anteriores, e ainda assim consegue sair maravilhado.
Talvez isso aconteça porque Inhotim não se entrega totalmente por imagens. A visita a Inhotim é indescritível, na acepção mais literal da palavra. Você pode até achar que já viu isso antes — um jardim de esculturas, um museu dentro de um parque — mas a dimensão do lugar, e a relação das obras com o espaço, fazem da visita a Inhotim uma experiência singular.
E quem está falando (presente!) não é um rato de museu, não. Tenho pouca paciência com o gênero. 90 minutos, duas horas no máximo é o que agüento antes de virar abóbora. Até a cara de conteúdo eu costumo perder no meio do caminho. Em museus grandes e sobretudo em bienais acabo sofrendo uma overdose conceitual. Entro em coma artístico.
Mas não, isso não aconteceu comigo em Inhotim.
Eu não entendo xongas de arte, mas pelo jeito que fui tocado por tudo o que vi, me arrisco a palpitar que a curadoria busca obras que causem impacto também no público leigo. Nada passa batido. Pelo menos algum dos seus sentidos vai entender por que aquilo foi posto lá para você contemplar (às vezes, interagir).
Outro fator que certamente contribui para você não sofrer uma indigestão cerebral — e aqui tenho certeza de não estar falando besteira — é a existência de um respiro na sua visita entre uma obra e outra. No caminho entre uma galeria e a próxima você descansa a vista e a cabeça admirando o paisagismo (e o mato!) de Inhotim. Dá tempo de refletir, digerir e ficar com vontade de entrar na próxima.
Depois da terceira galeria, me senti num parque temático de arte contemporânea. Um Universal Studios Islands of Adventure cabeça — em que as atrações não são brinquedos, mas galerias de artistas. (Até brinquei: põe uma montanha russa, e dá pra inaugurar uma filial na Flórida!)
Mais uma semelhança: já está difícil visitar o museu inteiro num dia só. Novas galerias ocupam espaços mais distantes da entrada. A terceira onda do Inhotim são as instalações site-specific: o artista selecionado escolhe um local determinado (a specific site…) e cria não apenas a obra para aquele lugar, como interefere na concepção do edifício que vai abrigar a obra. Me belisca: tamo mesmo no Brasil?
Não vou destacar obras, porque sei que não vi algumas das mais bacanas. (Minha visita foi feita na carona de uma press trip para mostrar as novidades 2010 a jornalistas de arte e cultura, então não deu tempo de conferir muitas das obras emblemáticas do Inhotim.) Acho mais importante dizer que, se você puder, estenda a sua visita em mais um dia. Ou fique com mais uma desculpa para voltar o mais breve possível a Belo Horizonte.
Horário e ingresso
O Inhotim abre de terça a sexta das 9h30 às 16h30 e sábado, domingo e feriados das 9h30 às 17h30. O ingresso custa R$ 20. Aceita-se cartões de crédito. Dá para comprar online (clique aqui).
Jardineiras elétricas levam às obras mais distantes. Pessoas com dificuldade de locomoção podem usar o serviço gratuitamente (com direito a um acompanhante). Os demais precisam comprar o serviço à parte; custa R$ 20 e você ganha a pulseirinha que libera o uso das jardineiras.
(Olha o Nick e a Patricia de Camargo aê!)
Como chegar
Veja todas as possibilidades, atualizadas, aqui.
Restaurantes
Há um bistrozinho (o Bar do Ganso), um bom restaurnate de buffet e duas lanchonetes. Um bandejão está nos planos.
Minha dica
O melhor jeito de visitar Inhotim é ir durante a semana, pernoitando numa pousada da região. Assim você percorre o espaço com calma e menos público. A melhor pousada da região parece ser a Estalagem do Mirante. De lá você pode ainda passar um dia em Ouro Preto ou ir direto para Belo Horizonte curtir os prazeres da capital.
Leia mais:
- Inhotim no Matraqueando, por Silvia Oliveira
- Inhotim no Turomaquia, por Patricia de Camargo
- Inhotim no Pergaminho eletrônico, por Meilin Guia]
- Inhotim na revista T do New York Times
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160 comentários
Veja as dicas organizadas e atualizadas aqui:
Inhotim: um roteiro completo em 55 dicas
Oi Regina Brumaaaadinho e muito MASSA(LEGAL) DA UM ABRACO NO enrico e toda a galera ai. A Linguica de gilo e um barato e tambem o joelho deporco me esperem no proximo ano ok? BJSSSS